O fim da transmissão do sinal analógico de televisão pode deixar 15,1 milhões de domicílios em todo o país sem acesso à programação televisiva. Esse é o total de residências permanentes que ainda não possuem antena parabólica, televisão por assinatura ou recepção do sinal da televisão digital aberta.
Os dados são do Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em todo o país, 65,1 milhões de domicílios particulares permanentes possuíam televisão em 2014, o equivalente a 97,1% dos 67 milhões de residências brasileiras. O total de casas com televisão representou um aumento de 2,9% em relação a 2013.
Entre as residências com televisão, 23,1% não tinham acesso à TV digital aberta, TV por assinatura nem antena parabólica. Ou seja, quase um quarto dos domicílios com televisão não teria mais acesso à programação caso fosse desligado o sinal analógico. Apesar do montante expressivo, a fatia que contava exclusivamente com TV analógica era 5,4 pontos porcentuais maior no ano anterior: 28,5% em 2013.
O Ministério das Comunicações (MC) publicou no início do ano um novo cronograma de transição do sinal de TV analógico para o digital no Brasil. A portaria nº 378 estabeleceu que Brasília seria a única capital que migraria totalmente para o sinal digital em 2016. No decorrer de 2017, todas as capitais da Região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória), Goiânia, Salvador, Recife e Fortaleza já teriam o sinal analógico extinto, assim como outras cidades do estado de São Paulo e do Nordeste.
Em 2018, a transição para o sinal de TV digital incluirá as capitais e principais cidades das Regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, além de todo o interior dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. O ministério ainda publicará outras portarias com a relação dos demais municípios afetados pelo fim do sinal analógico.
Internet - O levantamento também mostrou que o acesso à internet alcançou pela primeira vez mais da metade da população do país em 2014: 95,4 milhões de brasileiros com 10 ou mais anos de idade navegaram na rede em 2014. O avanço, no entanto, ainda foi insuficiente para eliminar as diferenças de acesso entre as faixas de renda. Os pobres permanecem menos conectados.
O acesso à internet aumenta conforme a faixa de renda do cidadão. Entre os que possuem renda domiciliar mensal per capita de até um quarto de salário mínimo, apenas 28,8% têm acesso à rede. Embora tenha avançado 4,9 pontos porcentuais no período de apenas um ano, quando apenas 23,9% desse contingente acessava a rede, o porcentual ainda é muito inferior ao total de pessoas que acessam a internet na faixa com renda superior a dez salários mínimos: 91,5%.
Celulares - Outra constatação da pesquisa é a de que, embora o uso do computador para navegar na rede continue avançando, o Brasil registrou pela primeira vez em 2014 um acesso maior à internet via telefone celular.
Entre os domicílios com internet, 80,4% deles (29,6 milhões de lares) tinham acesso através de telefone celular; 76,6% (28,2 milhões), por microcomputador; 21,9% (8,1 milhões), por tablet; 4,9% (1,8 milhões), por televisão; e 0,9% (0,3 milhão), por outros equipamentos eletrônicos.
O número de domicílios com acesso à internet por meio de tablet, telefone celular e televisão aumentou, respectivamente, 50,4%, 76,8% e 116,34%, em relação a 2013.
(Com Estadão Conteúdo)
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