O ministro de Relações Exteriores Mauro Vieira pediu nesta quinta-feira adiamento de sua ida à Comissão de Relações Exteriores do Senado para explicar o plano secreto de fuga do ex-presidente Lula, revelado por VEJA, e as circulares telegráficas do Itamaraty em que a pasta alertava embaixadas brasileiras sobre o risco de um "golpe" contra a presidente Dilma Rousseff. Vieira iria depor sobre os dois episódios no próximo dia 14, mas segundo comunicado enviado ao Senado, na data ele estará em viagem a Angola. O depoimento agora está agendado para o dia 12 de maio.
VEJA detalhou que, diante do recrudescimento das suspeitas de o ex-presidente recebeu imóveis e benesses de empreiteiras investigadas no petrolão, aliados do petista, entre os quais o ex-ministro Nelson Jobim, articularam um plano sigiloso para a fuga de Lula. A ideia do ex-presidente Lula seria pedir asilo, possivelmente à Itália, como suposto perseguido político e, na prática, escapar de uma provável punição a ser imposta a ele na Operação Lava Jato.
Na última semana, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) apresentou requerimento para que o ministro Mauro Vieira prestasse informações sobre o plano de fuga de Lula. Para a parlamentar, como o Brasil tem estruturas democráticas sólidas, não se justificaria dar guarida ao ex-presidente.
Lula é investigado na Operação Lava Jato por ter recebido favores de empreiteiras que atuaram no petrolão e escondido patrimônio recebido dessas construtoras. Segundo reportagem de VEJA, em troca da anistia negociada com um país amigo, Lula aceitaria ficar dez anos fora do Brasil.
No depoimento que dará à comissão no dia 12 de maio, o chanceler também deve explicar as circulares enviadas pelo Itamaraty a embaixadas brasileiras com referências a um suposto "golpe" em curso no Brasil. Nesta quinta, Vieira enviou à comissão informação de que foi aberto um processo administrativo disciplinar contra o autor dos telegramas, o ministro Milton Rondó Filho, que chefia uma seção de combate à fome no Ministério.
(Fonte: Veja.com)
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