Existem filmes que atropelam o espectador. Como fez recentemente o ousado Mad Max: Estrada da Fúria ao desorientar os sentidos e deixar um longo impacto na mente do público, mesmo fora da sala de cinema. Em um cenário mais modesto e com apenas três atores, Rua Cloverfield, 10 causa um efeito parecido. Dirigido pelo estreante Dan Trachtenberg e produzido pelo veterano J.J. Abrams, o longa, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, lança mão de um roteiro com fundo hitchcockiano para desenvolver um suspense provocativo, daqueles que causam o medo do tipo bom - também conhecido como frio na barriga. É difícil tirar os olhos da tela, do começo ao fim.
A trama começa com Michelle (Mary Elizabeth Winstead), que decidiu abandonar seu namorado. Ela deixa o anel de compromisso em cima de uma bancada antes de sair de casa com uma caixa e uma garrafa de bebida alcoólica. Enquanto dirige à noite, ela sofre um acidente. Quando desperta, está em um quarto estranho, recebendo tratamento, e com sua perna presa em uma corrente ligada à parede.
Logo ela conhece Howard (John Goodman, ótimo), que sai do papel de sequestrador quando afirma, na verdade, ser o salvador da moça. Segundo ele, o mundo sofreu um ataque e toda a humanidade foi dizimada, exceto os presentes ali no abrigo subterrâneo construído por ele, embaixo de sua fazenda. Claro que ela não aceita a conversa surreal, até conhecer o terceiro elemento, Emmett (John Gallagher Jr.), um rapaz que ajudou a construir o bunker e que teria visto o misterioso ataque. Muito acontece a partir daí. E esse texto se recusa a dar mais spoilers.
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