Ao citar nesta terça-feira os partidos envolvidos no esquema desvendado pela 28ª fase da Operação Lava Jato, o procurador da Operação Lava Jato Carlos Fernando Lima afirmou que a corrupção não está ligada a um determinado partido, mas é fruto do sistema político do país. "Isso tudo evidencia que a corrupção no Brasil não é partidária. Nós estamos diante de uma corrupção para financiamento de campanhas políticas. É isso que a Lava Jato pretende revelar, mesmo diante das suas limitações naturais e impostas", afirmou o procurador.
Lima citou as provas colhidas na Vitória de Pirro, deflagrada hoje, que mostram que partidos da oposição, como o DEM, receberam dinheiro de empreiteiras envolvidas no petrolão para patrocinar campanhas políticas. Segundo as investigações, o ex-senador Gim Argello, preso preventivamente hoje, teria pedido 5 milhões de reais da OAS e UTC para tentar evitar a convocação dos empreiteiros Ricardo Pessoa e Leo Pinheiro na CPI mista da Petrobras - na época, ele era vice-presidente da comissão. O dinheiro teria sido repassado, a pedido de Argello, para o caixa da coligação União e Força, formada pelos partidos DEM, PTB, PMN e PRTB, nas eleições ao governo do Distrito Federal, em 2014.
O procurador também lembrou o ex-presidente do PSDB Sergio Guerra, falecido em 2014, que foi citado em delação do ex-dirigente da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em depoimento, o ex-dirigente havia contado que repassou propina para o tucano para que ele ajudasse a esvaziar uma CPI criada em 2009 para investigar a Petrobras. "O exercício do poder, seja por qual partido for, tem gerado corrupção. E essa corrupção tem como finalidade suprir o caixa de campanhas políticas. Então, a conclusão a que nós chegamos é que o sistema político partidário no país está apodrecido pelo abuso do poder econômico. Essa é a mensagem que nós gostaríamos de deixar na Operação de hoje", finalizou Lima
(Fonte: Veja.com)
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