O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira. Ele é apontado pelos investigadores como operador do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, (PT), em esquema de corrupção e fraude eleitoral. Bené foi levado para a superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.
A prisão preventiva se dá no âmbito da Operação Acrônimo, que investiga recebimento de vantagens indevidas por Pimentel quando ainda comandava o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A Acrônimo é mantida em segredo de Justiça no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde é relatada pelo ministro Herman Benjamin.
A suspeita é de que Pimentel recebeu valores de empresas que mantinham contratos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), instituição subordinada à pasta. Bené é investigado por participação no esquema com suposta prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, o governador de Minas recebeu "vantagens indevidas" de Bené, ligado ao PT, e de empresas que obtiveram empréstimos do BNDES. Os investigadores também apuram indícios de que recursos obtidos de forma ilícita foram realocados para a produção de material gráfico para a campanha do petista ao governo de Minas em 2014. Os serviços foram prestados pela Gráfica Brasil, empresa que pertence à família de Bené, e não teriam sido declarados.
A publicitária Danielle Fonteles, sócia da agência Pepper Comunicação Interativa, que prestava serviços ao PT, confirmou em depoimentos prestados a investigadores da Operação que Bené atuava como uma espécie de "provedor" da primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010, conforme relato de fonte com acesso ao caso.
Procurado, o advogado de Bené disse que não se pronunciaria antes de conhecer as motivações da prisão.
(Com Estadão Conteúdo)
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