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Hoje, Vaccari e 3 réus da Lava Jato devem falar

20/04/2016 às 08h12
Por: Tribuna Popular
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Mais quatro réus de uma ação penal referente à 21ª fase da Operação Lava Jato devem ser interrogados pela Justiça Federal do Paraná na tarde desta quarta-feira (20). São eles: o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, o ex-tesoureiro do Partidos dos Trabalhadores João Vaccari Neto, o executivo Milton Taufic Schahin e o ex-executivo do Grupo Schahin Fernando Schahin. A audiência está marcada para começar às 14h.

Vaccari está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba e já responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

As investigações da 21ª fase apontam que o pecuarista Bumlai utilizou contratos firmados na Petrobras para quitar empréstimos junto ao Banco Schahin. O dinheiro destes financiamentos era destinado ao Partido dos Trabalhadores (PT), de acordo com o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Diogo Castor de Mattos.

Outros réus como o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, o pecuarista José Carlos Bumlai e mais cinco também respondem por este processo penal.

O principal empréstimo em investigação nesta etapa era de R$ 12 milhões e teve o valor elevado para R$ 21 milhões devido aos acréscimos. A dívida, de acordo com o Ministério Público Federal, foi perdoada, e a irregularidade foi mascarada com uma falsa quitação no valor inicial do empréstimo.

Em troca deste financiamento, empresas do grupo Schahin conquistaram sem licitação o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, ainda conforme o Ministério Público Federal. O caso teve início em 2004.

O delator Salim Taufic Schahin afirmou que foi ele quem propôs a João Vaccari Neto a quitação de empréstimo de R$ 12 milhões do PT através da assinatura de um contrato com a Petrobras. Segundo as investigações da Lava Jato, o Grupo Schahin teria sido beneficiado com o contrato de US$ 1,6 bilhão, para operar o navio-sonda Vitória 10000 para a estatal.

Envolvimento de Cunha e Renan em propinas

O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, que foi ouvido pela Justiça pela primeira vez como delator, na segunda-feira (18), citou um possível envolvimento dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado no recebimento de propinas pagas a funcionários da estatal.

Segundo ele, as propinas em que Cunha e Renan estariam envolvidos foram pagas não pelo Grupo Schahin, mas pela Samsung Heavy Industries. A empresa sul-coreana construiu, além do Vitória 10.000, outro navio-sonda para a estatal, nomeado Petrobras 10.000, entregue antes da embarcação que foi operada pela Schahin

De acordo com Cerveró, os valores pagos pela Samsung aos políticos e funcionários da Petrobras giraram na ordem de US$ 15 milhões para o Petrobras 10.000 e de US$ 20 milhões no Vitória 10.000.

O ex-diretor explicou ainda que a construção das duas sondas partiu de uma necessidade da Petrobras. “Nós acertamos as bases, e aí vou me permitir, citando a minha colaboração premiada, na primeira sonda, Petrobras 10.000, houve um acerto de propina de US$ 15 milhões e na segunda sonda, a Samsung aumentou essa propina para US$ 20 milhões, propina essa que não foi paga”, disse.

Segundo Cerveró, foi o deputado Eduardo Cunha quem conseguiu, com a ajuda do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, a liberação da quantia devida pela Samsung aos membros do esquema.

“Só depois de vários anos é que o Fernando Soares conseguiu, através de um apoio do deputado Eduardo Cunha, receber parte da propina devida dessa segunda sonda”, afirmou ao juiz Sérgio Moro, sem dar detalhes de como as negociações teriam acontecido.

Cunha foi procurado, mas a assessoria disse que todas as informações sobre o caso já foram prestadas no processo. Ele nega o envolvimento nas intermediações de propina citadas pelos delatores da Lava Jato.

O senador Renan Calheiros também informou que nega as imputações e esclarece que já prestou todas as informações necessárias, mas está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos.

(Fonte: G1)

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