A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira a tocha olímpica, símbolo dos Jogos do Rio-2016, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), às vésperas da votação no Senado que pode decretar seu afastamento do cargo, prevista para a semana que vem. Depois de a chama ter sido transferida para uma pira, a presidente acendeu a tocha e a ergueu na rampa principal do Planalto. Ela entregou a tocha à jogadora de vôlei Fabiana, que desceu a rampa correndo.
Diante dos olhos da imprensa internacional, Dilma participa do que pode ser um de seus últimos atos relacionados à Olimpíada como presidente da República. Os jogos ocorrem em agosto, período em que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deverá governar como interino, a depender da decisão dos senadores no processo de impeachment. Se o Senado aprovar em plenário o afastamento temporário, Dilma estará imediatamente fora do cargo até o julgamento final num prazo máximo de 180 dias.
A tocha olímpica será levada em seguida ao Congresso Nacional. Depois, seguirá em revezamento de atletas pela Esplanada dos Ministérios e em comboio pelo entorno de Brasília. Ela deve ser levada por atletas, como a boxeadora e medalhista olímpica Adriana Araújo, o surfista campeão mundial Gabriel Medina, a jogadora de vôlei Paula Pequeno e o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima.
A chama para acender a tocha chegou a Brasília às 7h25 desta terça em voo vindo de Genebra, na Suíça. O fogo foi transportado em um compartimento na classe econômica com escolta da Polícia Federal e dos "Guardiões da Chama", grupo treinado para a tarefa.
Dilma participa da cerimônia ao lado do ministro interino dos Esportes, Ricardo Leyser (PCdoB), do nadador e medalhista olímpico Tiago Pereira e da jogadora de vôlei e também campeã olímpica Fabiana Claudino. Estão no Palácio do Planalto, ao lado de Dilma, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e o governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles (PP), além do presidente do Comitê Organizador Jogos Rio 2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.
Durante os intervalos dos discursos, alguns servidores do Planalto gritaram "Não vai ter golpe", de maneira tímida, mas a manifestação não teve adesão. Do lado de fora do palácio, há uma pequena concentração de manifestantes governistas com faixas em apoio à presidente e contra o impeachment.
(Fonte: Veja.com)