O primeiro vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que substituirá Eduardo Cunha (PMDB) como interino no comando da Casa, também é alvo de investigação na Operação Lava Jato. Em decisão liminar, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou a suspensão do mandato de Cunha, afastando-o, consequentemente, da presidência da Câmara.
Aliado do peemedebista, Maranhão foi apontado pelo doleiro e - hoje delator - Alberto Youssef como um dos beneficiários da propina que cabia ao PP - o partido é o que tem o maior número de investigados - 32 - na Lava Jato. E-mails obtidos com exclusividade pelo site de VEJA mostram que a secretária parlamentar Priscila Barbosa de Souza, lotada à época no gabinete de Maranhão, enviou comprovantes de ordens bancárias para o doleiro, com a seguinte mensagem: "Seguem os anexos, a pedido do Dep. Waldir Maranhão". Os comprovantes tratavam de uma transferência de 9.990 reais.
Além de investigado na Lava Jato, como Cunha, Maranhão também é alvo de outro inquérito que tramita no STF, no qual é acusado de lavagem de dinheiro.
Apesar de ser próximo do peemedebista, Maranhão foi um dos quatro deputados do PP que se posicionaram contra a orientação da bancada, votando contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, ele disse ter sido convencido pelo governador do seu Estado, Flavio Dino (PCdoB), que junto com outros governadores aliados do Planalto tentou reverter - sem sucesso - o resultado desfavorável à presidente. Na leitura do seu voto, Maranhão chamou Cunha de "meu presidente querido" e lhe disse que continuaria "sendo leal", apesar de se manifestar contra o impeachment.
A prova de lealdade foi dada dois dias depois, quando Maranhão, na condição de vice-presidente da Câmara, limitou o escopo das investigações no Conselho de Ética da Casa, que aprecia uma representação para cassar Cunha, evitando que provas da Operação Lava Jato fossem usadas na ação. No fim do ano passado, Maranhão também aceitou uma representação feita por um aliado de Cunha, que culminou com a destituição do deputado Fausto Pinato (PRB) da relatoria do processo contra Cunha no colegiado.
(Fonte: Veja.com)
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