A Polícia Militar cumpriu na manhã desta sexta-feira a reintegração de posse do Centro Paula Souza, no centro da capital paulista. O prédio estava ocupado desde o dia 28 por estudantes que protestavam por problemas no fornecimento de merendas e o corte de repasses para a educação no Estado de São Paulo. A operação começou por volta das 6h40. Sem usar armamento não letal, como balas de borracha ou bombas de gás, a Tropa de Choque da PM precisou tirar à força alguns manifestantes do prédio.
O policiamento no local foi reforçado e o clima estava tenso. Após a reintegração, alguns estudantes decidiram bloquear a Avenida Tiradentes, no Corredor Norte-Sul, centro de São Paulo. Também tentaram furar um bloqueio da PM e invadir a Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), que fica perto do Centro Paula Souza, mas foram impedidos pelos policiais. Os agentes chegaram a usar cassetetes contra um grupo de alunos mais exaltados. Antes da reintegração, do lado de fora, manifestantes cantavam e dançaram na frente da tropa policial. Eram ouvidos gritos de ordem, como "Não tem arrego. Você tira a minha merenda, e eu tiro o seu sossego".
Nesta quinta-feira, o desembargador Rubens Rihl, da 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), reverteu decisão judicial que restringia o uso de armas, letais e não letais, liberando a Polícia Militar para usar os meios necessários para cumprir a qualquer momento a reintegração de posse do Centro Paula Souza. Rihl também desobrigou a presença do secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, na ação. A restrição a armas e a exigência de participação do secretário constavam de decisão judicial de quarta-feira do juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da Central de Mandados do TJ.
Pires havia levado em consideração a presença de menores que poderiam sair feridos da operação e queria Moraes na ação para garantir a segurança. O desembargador Rihl reviu a determinação ao analisar um mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado pela governo Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo Centro Paula Souza. O governo havia considerado as exigências como "abusivas" e "ilegais".
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
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