A força-tarefa do Ministério Público Federal que conduz a Operação Lava Jato apresentou nesta sexta-feira duas novas denúncias ao juiz Sergio Moro. As acusações são baseadas nas apurações da 27ª fase da operação, a Carbono 14, e a 28ª fase, batizada de Vitória de Pirro. Entre os denunciados estão o empresário Ronan Maria Pinto, preso na Carbono 14, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), detido na Vitória de Pirro, e os empreiteiros Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia.
Deflagrada em abril, a 28ª fase da Operação Lava Jato prendeu Gim Argello por suspeitas de que ele negociou e intermediou pagamento de propina de empreiteiras envolvidas no petrolão a partidos políticos para que empreiteiros não fossem convocados a prestar esclarecimentos em duas CPIs criadas para investigar irregularidades na Petrobras. Os assessores de Gim Paulo César Roxo Ramos e Valério Neves, também foram denunciados hoje pelo MPF.
Revelada nas delações premiadas de Ricardo Pessoa e Walmir Pinheiro, ex-executivo da UTC, a versão para a atuação do ex-senador na CPI mista da Petrobras foi corroborada na colaboração premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido -MS), que, além de Argello, envolveu no esquema o presidente da CPMI, Vital do Rêgo - hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) -, e o relator, deputado federal Marco Maia (PT-RS). Como os dois têm direito a foro privilegiado, ao contrário de Gim, a PGR pediu ao STF abertura de um inquérito contra Vital e Marco Maia.
Além do ex-senador, seus assessores e os empreiteiros, o MPF também denunciou no âmbito da Vitória de Pirro: Jorge Afonso Argello Junior, filho de Gim Argello, os ex-executivos da OAS Roberto Zardi Ferreira e Dilson de Cerqueira Paiva Filho, Walmir Santana e Claudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht.
Entre os denunciados da Carbono 14 estão, além de Ronan Maria Pinto, o ex-diretor do Banco Schahin Sandro Tordin, o operador do mensalão Marcos Valério, o operador de propinas Enivaldo Quadrado, o corretor Luiz Carlos Casante, o jornalista Breno Altman, os empresários Natalino Bertin e Oswaldo Rodrigues Vieira Filho, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Deflagrada também em abril, a operação mirou o esquema que distribuiu parte do dinheiro proveniente do empréstimo fraudulento de cerca de 12 milhões de reais contraído pelo pecuarista José Carlos Bumlai no Banco Schahin. Empresário do ramo de transportes de Santo André (SP), Ronan foi o destinatário final de metade do dinheiro, que usou para comprar ações do jornal Diário do Grande ABC.
O empréstimo nunca foi quitado por Bumlai e acabou compensado, de acordo com as investigações da Lava Jato, por um contrato de 1,6 bilhão de dólares entre a empreiteira Schahin e a Petrobras para operação do navio-sonda Vitória 10.000.
(Fonte: Veja.com)
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