Contabilizando não mais do que 23 votos pró-Dilma nesta quarta, governistas se amparam em uma última e já batida estratégia para evitar o afastamento da presidente da República: recorrer à tradicional tática do medo.
Antes da abertura da sessão em plenário, os principais discursos dos apoiadores da petista se dedicaram a desqualificar o possível governo de Michel Temer, dizendo, entre outros argumentos, que ele vai cometer um "atentado" aos direitos dos trabalhadores - ignorando o fato de que a própria Dilma promoveu ajustes aos benefícios trabalhistas logo após a reeleição. "É um governo de crise, frágil, um presidente sem legitimidade que vai tomar medidas para aprofundar a recessão econômica", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "O prognóstico é muito ruim. Eles vão querer retirar o pré-sal, tirar direito dos trabalhadores. No começo, podem até querer fazer uma demagogia para não perder completamente o apoio, mas, em seguida, isso virá. E virá com muita força", emendou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que também alardeou o congelamento da política de valorização do salário mínimo.
Apesar da investida, senadores pró-impeachment já dão como certo o afastamento de Dilma. Eles calculam ter entre 54 e 57 votos. Para Dilma ter o mandato suspenso, são necessários os votos de mais da metade dos senadores presentes.
(Fonte: Veja.com)
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