O volante Marcos Assunção anunciou sua aposentadoria nesta terça-feira, aos 39 anos. O jogador com passagens de sucesso por Santos, Palmeiras, Roma, Bétis e seleção brasileira, entre outros, estava no Sampaio Correia, do Maranhão, e disse ter perdido o prazer em atuar devido a uma sequência de lesões.
"Muitas coisas se passaram para eu tomar esta decisão. Quando já não se faz mais o que se fazia antigamente, não dá para continuar. Não conseguia treinar por conta das dores e fui parando com o tempo. Ninguém aqui do Sampaio me pediu para tomar essa decisão. Minha mente queria continuar, mas meu corpo não permitia. É uma decisão triste, já que me dediquei tantos anos ao esporte, mas é o começo de um novo ciclo", afirmou Marcos Assunção.
"Não tinha vontade de acordar cedo e ir treinar. Quando não se tem mais essa vontade, que foi grande durante minha carreira, é hora de parar", acrescentou. Emocionado, o jogador admitiu não ter sido fácil desistir da carreira de 22 anos dedicados ao futebol, mas disse que recebeu o apoio de seus familiares.
"Minha família entendeu. Eles sabem que me doei ao futebol, e que já joguei demais. Agora terei mais tempo para os meus filhos. O mais velho, de 12 anos, gosta quando eu fico em casa, de jogar videogame, e quando o levo para a escolinha de futebol. A vida de jogador é muito complicada, com muitas viagens e concentração", completou.
Nascido e criado em Caieiras, município periférico do Estado de São Paulo, Assunção foi revelado pelo Santos e se consagrou, sobretudo, devido a sua qualidade em bolas paradas. Em 1999, foi vendido pelo Santos à Roma, onde conquistou o Campeonato Italiano em 2001. Tornou-se ídolo também na Espanha, jogando pelo Real Bétis, entre 2002 e 2007 - em 2005 conquistou a Copa do Rei da Espanha pela equipe de Sevilha.
Assunção passou pela seleção brasileira entre 1998 e 2000 e até hoje culpa o narrador Galvão Bueno, acusado de persegui-lo durante as transmissões da Rede Globo, por não ter tido sequência na equipe nacional.
Em seu último grande momento, o volante foi um dos heróis da conquista do título do Palmeiras na Copa do Brasil de 2012 - na última partida, deu uma linda assistência para Betinho marcar o gol contra o Coritiba. Nos últimos anos, passou por Santos, Figueirense, Portuguesa, Criciúma e Sampaio Correia, sem muito sucesso - e com várias lesões.
Mesmo com a aposentadoria, Assunção pretende seguir trabalhando com futebol, mas provavelmente não como técnico. "Já me inscrevi em dois cursos de gestão do futebol, começo na próxima semana. Tenho três opções para o futuro: gerente, empresário e técnico. No momento, técnico é a profissão que menos me interessa. Aqui no Brasil, muitas vezes o treinador perde dois ou três jogos e é mandado embora. É muito sacrifício."
(com Gazeta Press)
Mín. 22° Máx. 39°