Enquanto almeja trocar a faixa marrom pela preta no jiu-jitsu, o peemedebista Leonardo Picciani tem diante de si um cenário mais desafiador do que enfrentar qualquer adversário no tatame: como novo ministro do Esporte, assume, a menos de três meses dos Jogos do Rio de Janeiro, uma pasta em que a barganha política promoveu uma verdadeira dança das cadeiras em ano olímpico.
Tem pela frente a responsabilidade de mostrar resultados diante de todo o mundo para o governo interino de Michel Temer e evitar que o país passe vexame no ano em que sedia o maior evento esportivo do planeta. Com 36 anos, o deputado licenciado e ex-líder do PMDB afirma que seu conhecimento na área "é o de quem sempre, de forma amadora, praticou esportes". Mas aposta no "peso político" que carrega para dar maior protagonismo ao ministério.
Contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, Picciani tem em seu gabinete uma foto da petista com a faixa presidencial - uma determinação, segundo ele, de Temer. O fantasma do governo Dilma, porém, é ainda maior: o peemedebista determinou um pente-fino nos contratos firmados até agora para "resguardar" a gestão pública e, ao mesmo tempo, evitar problemas para o governo de seu partido.
A limpeza também passará pela demissão do ex-ministro e ex-secretário de Alto Rendimento Ricardo Leyser, que deve ser substituído por um nome técnico. Picciani ainda prepara uma faxina interna e trabalha para deixar para trás as críticas a seu tempo na liderança do PMDB. Ele nega ter sido "promovido" a ministro como uma saída para ser retirado do posto - seu voto pró-Dilma acabou por rachar a bancada. "É o primeiro caso de alguém que vai ser derrubado para cima", ironiza.
(Fonte: Veja.com)
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