O menino de 10 anos morto pela Polícia Militar na semana passada tinha rastros de pólvora e chumbo nas mãos. É o que apontou o exame residuográfico feito pela perícia, segundo o jornal Folha de S. Paulodesta quinta-feira. Na semana passada, o garoto foi morto com um tiro no rosto durante uma perseguição policial na região do Morumbi, Zona Sul da cidade de São Paulo. De acordo com a versão da PM, ele foi atingido depois de ter supostamente atirado contra os policiais.
Delegados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelo caso, disseram que o exame não é conclusivo para confirmar se de fato houve confronto entre o jovem e os policiais. Isso porque, segundo o jornal, bastaria encostar a arma recém-utilizada nas mãos da criança para influenciar os resultados.
O colega, de 11 anos, que estava com o garoto no carro, prestou três depoimentos até o momento. Primeiro, ele disse que o amigo estava armado e que atirou duas vezes contra os policiais durante a perseguição e outra vez depois que bateu em um caminhão e em um ônibus. No segundo depoimento, disse que o menino morto só atirou enquanto era perseguido. Na terceira versão, disse que o amigo não estava armado e que a arma foi "plantada".
Uma equipe policial está investigando a trajetória do revólver calibre 38 que foi apreendido e que, segundo a PM, foi utilizado pelo garoto. A arma foi roubada durante um roubo de cargas de maços de cigarro, em abril do ano passado, em Jundiaí, no interior de São Paulo.
A polícia pretende fazer uma reconstituição do crime, que visa a esclarecer se o menino teria a condições de dirigir, abrir e fechar o vidro do carro e ainda atirar com a mão esquerda, mesmo sendo destro.
*Veja.com
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