O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio Estadão, que foi equivocada a abordagem dos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que resultou na morte de um menino de 11 anos. O caso aconteceu na madrugada deste domingo, durante uma perseguição na Cidade Tiradentes, na Zona Leste da capital paulista.
O guarda responsável pelos disparos, Caio Muratori, foi autuado em flagrante por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), pagou fiança e vai responder às acusações em liberdade. Esse é o segundo caso envolvendo perseguição e morte de uma criança por agentes de segurança pública neste mês em São Paulo. Três guardas participaram da ocorrência. À Polícia Civil, eles disseram que foram avisados por dois homens em uma moto que um grupo de ladrões em um Chevette prata havia acabado de roubá-los.
Os guardas localizaram o carro suspeito, deram a ordem de parada e os tripulantes saíram em disparada. Durante a perseguição, os suspeitos do roubo teriam atirado contra os GCMs, o que levou Muratori a disparar quatro vezes na direção do veículo, conforme o relato dos guardas ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Os tiros acertaram o vidro traseiro e um dos pneus, fazendo com que o carro parasse em frente a uma quermesse. Dois ocupantes desceram correndo e conseguiram fugir.
Um policial militar aposentado, que mora na frente do local onde o carro foi abandonado, notou que uma criança estava ferida dentro do Chevette. Ele estava no banco traseiro e foi atingido na região da cabeça. O menino ainda foi levado a um pronto-socorro da região, mas não resistiu aos ferimentos.
Em nota, a prefeitura de São Paulo afirmou que, assim que soube do ocorrido, pediu o afastamento dos agentes da Guarda Civil Metropolitana envolvidos "até que se esclareçam os fatos".
*Com Estadão Conteúdo
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