O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta terça-feira processo por quebra de decoro contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A ação é motivada pela homenagem feita pelo controverso parlamentar durante a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, quando reverenciou o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos maiores símbolos da repressão na ditadura militar.
A representação contra o deputado foi apresentada pelo Partido Verde. Na ação, a legenda sustenta que Bolsonaro tem o direito de expressar suas preferências e simpatias, mas não pode fazê-lo de modo a enaltecer crimes ou criminosos, e classificou as declarações como uma "verdadeira apologia ao crime de tortura".
Durante a votação do impeachment de Dilma, Bolsonaro subiu à tribuna e bradou: "Em memória do coronel Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, o meu voto é sim", disse. Dilma foi uma das vítimas do coronel mencionado pelo deputado fluminense durante a ditadura.
Nesta manhã, foram sorteados três deputados para relatar o caso: Zé Geraldo (PT-PA), Wellington Roberto (PR-PB) e Valmir Prascidelli (PT-SP). O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), escolherá um dos três para assumir a representação, determinar se o caso deve ou não ter prosseguimento e, se sim, definir o tipo de punição que pode ser aplicada a Bolsonaro - pode ser desde uma advertência à cassação.
Conhecido por suas declarações polêmicas, Bolsonaro já foi alvo de outras três representações no Conselho de Ética da Câmara, mas todas acabaram arquivadas. Na semana passada, ele se tornou réu no Supremo Tribunal Federal por dizer que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque "ela não merece".
*Veja.com
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