O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, na sigla em francês) anunciou nesta quinta-feira que o atletismo russo está oficialmente fora da Rio-2016 por causa dos escândalos de doping revelados no ano passado. O Tribunal negou a apelação do Comitê Olímpico Russo (COR) e de 68 integrantes do atletismo do país que pediam para participar da Olimpíada no Rio de Janeiro, após a suspensão imposta pela Federação Internacional (IAAF, na sigla em inglês).
Com a decisão, atletas como a estrela do salto com vara Yelena Isinbayeva estão impedidos de competir no Brasil sob a bandeira russa. “O júri do TAS confirma a validade da decisão da IAAF segundo a qual os atletas e a federação nacional russa ficam suspensos e não podem ser selecionados para as competições sob a organização da IAAF”, declarou o tribunal.
A punição ao esporte russo ainda pode ser ampliada. Depois das novas denúncias realizadas nesta semana pela Agência Mundial Antidoping (Wada) – que acusa diretamente o governo da Rússia de colaborar com um esquema de manipulação de exames antidoping – o O Comitê Olímpico Internacional (COI) deve decidir, até 27 de julho, se banirá a Rússia de todas as modalidades dos Jogos e não apenas do atletismo.
O presidente da IAAF, o ex-atleta inglês Sebastian Coe, aplaudiu a decisão do TAS, mas admitiu decepção por ter que expulsar uma das principais potências olímpicas da competição. “Esse não é um dia para declarações triunfantes. Não vim a esse esporte para impedir atletas em competições. Para além do Rio, vamos trabalhar para criar um ambiente seguro para os atletas para que possam voltar às competições internacionais.”
Oficialmente fora daquela que deveria ser sua última Olimpíada, a bicampeã do salto com vara Yelena Isinbayeva disse nesta quinta que “enterraram o atletismo russo” por motivos “puramente políticos”. O governo russo, incluindo o presidente Vladimir Putin, já havia iniciado o discurso de que a punição tem “interesses políticos”.
Brecha – Ainda existe uma única possibilidade de integrantes do atletismo russo competirem no Rio de Janeiro. O Comitê Olímpico Internacional avalia pedidos de atletas que aceitaram competir sob a bandeira “neutra” da entidade. Para isso, os esportistas terão que comprovar que não se doparam, com exames realizados fora da Rússia.
Das mais de vinte atletas que solicitaram a possibilidade, apenas duas atletas, a especialista em salto em distância Darya Klishina e Yulia Stepanova (atleta dos 800 metros e uma das delatoras do escândalo) cumpriram os requisitos até o momento. A Olimpíada começa em 5 de agosto e o tempo curto pode atrapalhar o processo de inscrição. A estrela Yelena Isinbayeva já avisou que só competiria sob a bandeira de seu país.
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