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‘Stranger Things’ e os 5 ingredientes da boa série de TV

26/07/2016 às 13h01
Por: Tribuna Popular
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Antes mesmo de chegar ao catálogo da Netflix, a série Stranger Things já era comentada nas redes sociais entre os mais curiosos, atiçados pelos trailers nebulosos e pelo retorno de Winona Ryder ao posto de protagonista. O lançamento, no dia 15 de julho, foi seguido de uma semana repleta de mais comentários e maratonas de espectadores — que apresentaram dificuldade de apertar o botão stop entre um episódio de outro. Tanto frenesi não é à toa.

Com oito episódios de 50 minutos cada, desenvolvidos pelos irmãos Matt e Ross Duffer, o programa mistura elementos nostálgicos do cinema dos anos 1980 com o frescor dos roteiros dinâmicos da TV por streaming do século XXI. Na trama, um garoto desaparece no meio da noite, colocando as autoridades, sua família e seus amigos em uma caçada taciturna por seu paradeiro.

Confira abaixo cinco ingredientes que fazem de Stranger Things um sucesso instantâneo:

1 – Personagens espertos

É comum em narrativas longas a presença do personagem chato ou tolo. Aquele que atrapalha o caminho do protagonista, que trava a investigação de um mistério ou se coloca entre um importante encontro de indivíduos. Sua função “ajuda” a esticar a trama e causar ainda mais ansiedade (ou raiva) em quem assiste. Em Stranger Things, o chato não existe. Os personagens se desenvolvem com rapidez e em sincronia. Os poucos irritantes do roteiro servem como coadjuvantes do coadjuvante. Ou seja, só apimentam umas poucas cenas e logo saem do caminho.

Winona Ryder na série 'Stranger Things'

 

2 – Elenco afiado

A maior parte da série fica sob a responsabilidade de cinco crianças e três adolescentes pouco conhecidos. A inexperiência do elenco não foi uma pedra para o desenvolvimento do seriado. O grupo principal, formado por Mike (Finn Wolfhard), Eleven (Millie Brown), Dustin (Gaten Matarazzo), Lucas (Caleb McLaughlin) e o desaparecido Will Byers (Noah Schnapp) segura o roteiro com gana de astros hollywoodianos. Os intérpretes de Mike e Eleven, aliás, roubam o protagonismo de Winona Ryder. Mesmo que a atriz tenha se jogado na pele da mãe desesperada, que já não come, nem dorme e provavelmente não toma banho enquanto busca pelo paradeiro do filho.

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3 – Roteiro honesto

Filmes e séries de suspense e terror tendem a ser desonestos com o espectador. Criam momentos desnecessários de sustos vazios, que em nada colaboram para a história. Outro caminho batido é conduzir o público para suspeitos variados e teorias que serão derrubadas quase no fim da trama. EmStranger Things o roteiro é direto, dinâmico e honesto. Nada de sustos desnecessários, nem de criar caminhos que não serão resolvidos. O público sabe tanto quanto os protagonistas. O mistério do sumiço de Will e a dúvida sobre o que é a criatura que o levou são revelados aos poucos e de maneira convincente. Até o namoro adolescente clichê ganha novos contornos bem mais naturais.

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4 – Inspiração nostálgica

Stranger Things não se propõe a inventar a roda. A série se apoia em filmes clássicos dos anos 1980 de forma declarada e respeitosa. Desde a identidade visual da abertura até as diversas referências à cultura pop da época, algumas usadas em falas dos personagens, outras como base para a montagem de cenas. O cinéfilo Finn Wolfhard, intérprete de Mike, conta que se inscreveu para os testes da série quando leu o resumo enviado por seu agente que dizia: “Uma carta de amor no estilo anos 1980 em tributo aos filmes de John Carpenter e Steven Spielberg”. Na prática, a série é bem mais Spielberg do que Carpenter. O clássico E.T. O Extraterrestre (1982) é a alusão mais óbvia e constante. O grupo de garotos andando de bicicletas pelas ruas, ou Mike escondendo Eleven como Elliott ocultava o amigo alienígena, são algumas das muitas comparações possíveis. Os Goonies (1985), Conta Comigo (1986), Alien (1979) e Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977) são outros títulos base da série, como mostra o vídeo a seguir.

https://youtu.be/tj_iK5PlCWo

5 – Tema em alta

A TV americana vive uma bonança de boas produções dramáticas e pé no chão, mas quem tem arrebanhado espectadores são séries que apostam no vasto mundo da fantasia e ficção científica, caso dos hits The Walking Dead e Game of Thrones. A produção da Netflix segue o filão, mas com um apelo mais jovem. Logo no primeiro episódio percebe-se que o causador do sumiço de Will não é algo desse mundo. E mesmo se for, é alguém cientificamente alterado. O mistério em torno da figura não-humana se revela aos poucos, em cada episódio, e apresenta uma explicação verossímil dentro daquele universo.

https://youtu.be/LgFOjRR9uac

*Veja

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