Parasita, quem diria, foi o dono da noite no Oscar 2020. O filme sul-coreano já figurava entre os favoritos da premiação, porém, tinha no seu encalço a superprodução 1917 — uma extravagância técnica de guerra, tema queridinho da Academia de Hollywood. Imaginava-se, então, que Parasita ficaria feliz com o troféu de melhor filme internacional — e talvez mais um, de diretor para Bong Joon Ho. O cineasta, porém, subiu quatro vezes ao palco para agradecer as vitórias nas categorias de melhor roteiro original, melhor diretor, filme internacional e melhor filme. Assim, Parasita fez história ao se tornar o primeiro longa totalmente estrangeiro (sem coprodução com Estados Unidos ou Inglaterra) a conquistar a principal categoria — O Artista, em 2011, por exemplo, era uma coprodução da França com Estados Unidos e não tinha falas, apenas legendas. Parasita, aliás, é também o primeiro filme da história da Coreia do Sul a levar um Oscar.
Em um momento de emoção, Bong Joon Ho prestou uma homenagem a Martin Scorsese, na plateia. “Quando eu estudava cinema, uma frase marcou meu coração, que é: ‘o mais pessoal é o mais criativo’. Essa frase é do grande Martin Scorsese.” Após Scorsese ser ovacionado, Joon Ho continuou a elogiar os concorrentes da noite: “Eu estudei todos os filmes de Scorsese. Só de ser indicado já foi uma honra, ganhar então, nunca imaginei. Quando os Estados Unidos não conheciam meus filmes, Quentin [Tarantino] já os indicava como favoritos. Obrigada, Quentin”. Por fim, sugeriu cortar o Oscar em cinco, para dividir com os colegas, lista que ficava completa com Todd Phillips e Sam Mendes.
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