O Dia da Independência foi marcado por protestos contra o governo de Michel Temer em 24 Estados brasileiros e no Distrito Federal. As manifestações anti-governo se uniram ao tradicional Grito dos Excluídos, ato realizado há 22 anos em 7 de setembro que aborda temas ligados aos direitos humanos. Ao contrário do ocorrido no último domingo, os protestos desta quarta-feira transcorreram sem grandes confusões.
Para o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, um dos líderes e organizadores do Grito dos Excluídos, “Fora Temer” e “Nenhum direito a menos” foram os temas das ruas neste momento.
Na capital paulista, cerca de 10.000 pessoas foram às ruas, segundo os organizadores. A Polícia Militar não fez estimativa de público. Com palavras de ordem pedindo o fim do presidente Michel Temer, os manifestantes atravessaram a cidade com bandeiras de movimentos sociais e organizações em punhos. O protesto começou na Praça da Sé, passou pela Avenida Paulista e terminou por volta de 18h40 na Praça da República, no centro, sem registrar conflitos.
Por volta de meio dia, o atual prefeito e candidato à reeleição pelo PT, Fernando Haddad, acompanhado do ex-senador e candidato à vereador, Eduardo Suplicy, se juntou ao protesto.
Durante o ato, que contou com a presença de black blocks, manifestantes informaram que haverá novo protesto no Largo da Batata, em Pinheiros, nesta quinta-feira, dia 8, às 17h .
Em Brasília, o protesto ocorreu no final da manhã, início da tarde. Segundo a Polícia Militar, 2.700 pessoas participaram do ato, que terminou com duas pessoas detidas por agressão a um jornalista. Manifestantes convocaram novo ato para a próxima segunda-feira, dia em que está prevista a votação da cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
No Rio de Janeiro, milhares de manifestantes se reuniram no centro da cidade. Pelo menos um manifestante, fantasiado de Homem-Aranha, foi detido. Em Belo Horizonte, os movimentos que convocaram o protesto informaram da adesão de aproximadamente 30.000 pessoas.
A manifestação contra o governo de Michel Temer em Salvador se concentrou nas imediações da Praça do Campo Grande, no centro da capital baiana, de onde partiu, após o desfile cívico de 7 de Setembro, em direção à Praça Castro Alves. Muitos participantes carregavam faixas com palavras de ordem, sendo a mais comum “Fora, Temer” e “Não reconheço governo golpista”. O ato terminou por volta das 14h. A organização estima que cerca de 15.000 pessoas participaram. A Polícia Militar não fez estimativa.
Uma confusão entre a PM e manifestantes que se dispersavam de ato que reuniu 20.000 pessoas foi registrado na Praia de Iracema, em Fortaleza. Policiais dispararam balas de borracha e bombas de efeito moral contra alguns poucos manifestantes. Uma mulher foi detida por desacato, segundo o G1.
Repressão
Os protestos desta quarta-feira foram bem diferentes do cenário registrado no último domingo, quando a atuação violenta da PM foi marcada por bombas de gás lacrimogênio, inclusive no metrô, e a prisão de 26 pessoas, dentre elas dez menores de idade – todas soltas no dia seguinte, com uma sentença do juiz explicando que o Brasil não pode legitimar “prisão para averiguação”.
*Com Estadão Conteúdo
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