Antes de participar de um evento com empresários e investidores em São Paulo nesta segunda feira, o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, falou sobre as declarações do ex-advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, de que o governo quer “abafar a Lava Jato”.
“Não há absolutamente nada de parte do governo que não seja estimular a Lava Jato. O Executivo participa de forma brilhante, através da Polícia Federal. O Ministério Público Federal e o Judiciário agem na plenitude e com absoluta independência”, disse Padilha.
O homem forte do governo Temer criticou indiretamente Medina Osório, com quem se desentendeu nas últimas semanas. “Quem fizer qualquer tipo de afirmação dessa ordem [de que o governo quer abafar as investigações] quer fazer com que o holofote da Lava Jato lhe dê um pouquinho de luz”, afirmou o ministro.
Ao falar sobre a reforma da Previdência e a PEC que pretende impor um teto aos gastos públicos, Padilha classificou a atual conjuntura como a “pior crise socioeconômica e moral da história do Brasil”, disse que o governo vai “centrar fogo” nas duas medidas e que “não há nenhuma hipótese de abrirmos exceções”.
Eliseu Padilha ressaltou, no entanto, que os gastos com Educação e Saúde, que fazem a oposição criticar a emenda, “estão em patamares superiores ao estabelecido na Constituição e não terão possibilidade de perder isso”.
O ministro ainda afirmou que o modelo proposto na reforma da Previdência estipulará 65 anos como idade mínima às aposentadorias como “em todos os países onde a Previdência funciona”. O chefe da Casa Civil criticou os reajustes salariais concedidos pelas esferas do Legislativo e afirmou que “a cidadania brasileira não se deu conta de que cada bondade feita no Congresso tem de ser paga pelos cidadãos”.
Destacando que o governo tem hoje “zero de capacidade de investimento”, Padilha anunciou que nesta terça-feira o Planalto se reunirá para discutir o programa de privatizações. No encontro, que terá a presença do secretário Moreira Franco, responsável pelo Programa de Parcerias de Investimento (PPI), serão apresentados ao presidente Temer projetos de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos que serão, nas palavras de Padilha, “lançados ao mercado”.
Para o ministro, contudo, o termo “privatização” é rodeado por um “ranço ideológico”. A pauta do governo, segundo Padilha, está focada em concessões e parcerias. “Não estão no nosso horizonte neste momento privatizações”, disse.
Aos empresários, Padilha apresentou um balanço das medidas tomadas pelo governo Temer para fiscalização de benefícios como Bolsa Família, auxílio doença e seguro por acidente de trabalho. “Reanalisamos as bondades que fizemos desde que D. João VI chegou por aqui”, brincou. Diante da plateia, Padilha garantiu que, caso a PEC do teto dos gastos públicos seja aprovada, as receitas do governo superarão as despesas naturalmente em 2019, sem aumentar impostos. “Não será necessário”, prometeu.
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