A ordem no Palácio do Planalto é tentar deixar a expectativa diante da votação da cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) “do outro lado da rua”, ou seja, na Câmara. Questionado, ao final da cerimônia de ratificação do Acordo de Paris no Palácio do Planalto, sobre como estava acompanhando a “novela” em torno da votação do peemedebista, o presidente Michel Temer limitou-se a dizer: “Perguntem ao Rodrigo Maia”, referindo-se ao presidente da Câmara, que estava ao seu lado.
Os dois, entretanto, deixaram o salão sem responder a mais perguntas.
Os ministros José Serra (Relações Exteriores) e Sarney Filho (Meio Ambiente) também foram questionados durante coletiva de imprensa, por serem parlamentares afastados, se acreditavam que o caso Cunha teria desfecho nesta segunda. No entanto, nenhum dos dois quis se manifestar. “Prefiro não opinar sobre isso”, disse Sarney. “Tenho a mesma opinião”, completou Serra.
Abandono – A pressão das ruas contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e sobre o presidente Michel Temer levou o Palácio do Planalto a descartar qualquer possibilidade de ajudar o ex-presidente da Câmara a manter o mandato na sessão que decidirá o futuro político dele, marcada para esta segunda. Para o governo, a digital da presidência numa articulação favorável a Cunha poderia fortalecer os protestos anti-Temer.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, negou na noite deste domingo o pedido feito pela defesa de Cunha para que fosse suspenso o processo político-disciplinar que pode levar à sua cassação nesta segunda. Os advogados do peemedebista queriam, por meio de um mandado de segurança, que o processo fosse suspenso provisoriamente até que o STF se pronunciasse sobre o formato da votação.
*Com Estadão Conteúdo
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