Membros da Procuradoria-geral da República (PGR) indicaram que devem endurecer as negociações sobre uma eventual delação premiada de Eduardo Cunha, segundo a edição do jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira. Na avaliação dos procuradores, a tratativa com um dos principais alvos da Operação Lava Jato poderia desgastar a imagem da PGR.
Com a cassação do mandato, o ex-presidente da Câmara dos Deputados perde o foro privilegiado e as ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e demais investigações da Lava Jato devem seguir para a primeira instância em Curitiba, com o juiz federal Sergio Moro.
Segundo o jornal, Cunha se reuniu com seus advogados nesta terça-feira para discutir estratégias de defesa, entre elas a possibilidade de delatar. Publicamente, o ex-deputado nega essa possibilidade.
Segundo integrantes da PGR, um acordo não seria positivo para a instituição, a não ser que Cunha apresente um volume substancial de provas documentais, restitua o dinheiro que, segundo as investigações, desviou da Petrobras —mais de 150 milhões de reais — e cumpra alguns anos de prisão em regime fechado.
Outro fator que pode pesar sobre Cunha são os embates diretos que teve com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reconhecido pelo próprio ex-deputado que admitiu em entrevista que errou em “confrontá-lo exageradamente”. No entanto, o peemedebista indica que pode entregar dossiês sobre figuras políticas importantes, inclusive do centro do governo do presidente Michel Temer.
*Veja
Mín. 23° Máx. 39°