A velocista brasileira Terezinha Guilhermina amargou mais uma grande decepção na Paralimpíada do Rio de Janeiro. Depois de ser desclassificada na última sexta-feira da prova dos 100 metros rasos – acusada de ter sido “puxada” por seu guia, Rafael Lazarini – a atleta considerada “a cega mais rápido do mundo” foi desclassificada da final de sua prova favorita, os 200 metros rasos, ao queimar a largada da corrida, nesta terça-feira, no Engenhão.
A atleta de 37 anos, que compete na categoria T11 (cegos totais), disse que “não sabia se ria ou se chorava”, após a decepção. “Nunca tinha queimado a largada em 16 anos de carreira e o destino decidiu que iria acontecer isso em uma final da Paralimpíada na minha casa. Quando o Rafael me disse que tinha queimado a largada, eu falei que não tinha sido eu. Mas realmente falhei e quero pedir desculpas ao Brasil”, lamentou a mineira.
“Foi um acidente. Não saí de casa pensando que iria acontecer isso, mas acontece. Não estava preparada para ser desclassificada e, sim, para fazer o meu melhor. Mas eu ainda sou a Terezinha e ninguém vai acabar com a minha carreira”, afirmou a atleta.
A atleta, que sofre de retinose pigmentar, doença que provoca a perda gradual de visão, também destacou o carinho da torcida após a eliminação. “Sei que muitas pessoas vieram no estádio para ver a minha corrida. Elas poderiam ter me vaiado, mas me aplaudiram. Este é o meu maior presente. Depois de tudo o que aconteceu hoje, eu ouvi os aplausos e comecei a saltar. Era o mínimo que poderia fazer para retribuir o carinho.”
Terezinha já ganhou seis medalhas em Jogos Paralímpicos (três ouros, uma prata e dois bronzes). Também já ganhou 12 medalhas em Mundiais (oito ouros e quatro pratas) e nove medalhas em Jogos Parapan-Americanos (oito ouros e uma prata). Ela ainda tem chances de buscar medalha no Rio de Janeiro, no revezamento 4×100 metros T11 e nos 400 metros T11.
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