Em julho de 2012, a empresa OSX, de Eike, e a Mendes Junior firmaram contrato com a Petrobras por meio do consórcio Integra Offshore, no valor de 922 milhões de dólares, para a construção das plataformas P-67 e P-70, que são unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo voltadas à exploração dos campos de pré-sal.
No meio deste ano, o empresário prestou depoimento espontâneo aos procuradores da Lava Jato e relatou que, em 2012, o ex-ministro, na função de presidente do Conselho de Administração da Petrobras, pediu um pagamento de 5 milhões de reais para o PT. Segundo as investigações, o pedido foi operacionalizado por Monica Moura, mulher do ex-marqueteiro do partido João Santana, no exterior, por meio de contrato com a empresa Golden Rock, de Eike, e a Shell Bill, do casal Santana. Ao todo, foi repassado o valor de 2 milhões de dólares para o ex-ministro. O empresário, contudo, nega que tenha feito o pagamento para conseguir o contrato com a estatal.
“Eike nega que haja ligação dos fatos com qualquer pagamento de propina. No entanto, as coincidências nos levam a crer que se tratava de propina relativas ao consórcio Integra”, disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima nesta quinta-feira. “Há essa ‘coincidência’ do pedido de Mantega ao empresário que iria receber, naquele mesmo período, o primeiro pagamento relativo a obras das plataformas que prestava para a Petrobras”, disse Lima.
O procurador ressaltou ainda que as operações anteriores mostraram que é comum “muitos agentes públicos que têm acesso ao pagamento de contratos buscarem junto a empresários pagamento de doações legais e ilegais – e até mesmo esse ‘toma lá da cá’ que é característico da corrupção”. “Isso se soma ao quadro geral de corrupção instalado no governo federal desde 2003”, afirmou Lima.
*Veja
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