Duas abordagens policiais no município de Bonito, principal destino ecoturístico do Estado, terminaram em confusão e acusações eleitorais. A irmã de um candidato diz ter sido obrigada a ficar nua pelos agentes, e um pai diz ter sido ameaçado enquanto estava com um bebê de menos de um ano no colo.
Na disputa pela Prefeitura de Bonito estão Josmail Rodrigues (PR) e Odilson Arruda Soares (PSDB). Uma irmã do republicano procurou o MPE-MS (Ministério Público Estadual) para contar uma abordagem sofrida, supostamente, por homens do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros)
“Eu estava no meu carro de vidro aberto indo pra Marambaia pegar uma militante para a caminhada de hoje. O Roberto Gurgel e outros policiais em dois carros um do Garras e um Duster me pararam como se eu fosse uma bandida com luz e sirene ligada. Fizeram eu descer do carro reviraram meu carro mexeram todos os documentos e disseram que tinha denúncia anônima de compra de voto. Fui obrigada a ir pra delegacia e tive que ficar nua pra mostrar que não tinha dinheiro escondido no meu corpo. Me humilharam demais! O que pensam que eu sou! Um lixo!!! Pra que fazer isso??”, contou aos promotores Marinez Rodrigues.
Após esta ação, na noite de ontem, segunda-feira (26), dois supostos policiais civis, a bordo de um Renault Sandero, e sem identificação ou funcionais, abordaram militantes do PR que iam para uma reunião política em Bonito.
Neste momento, um dos abordados, um comerciante local, identificado como Dinho Rodrigues, e que estaria com mais pessoas no veículo, incluídos um bebê de cerca de sete meses de vida, requisitou a identificação dos supostos agentes, e não foi atendido. Um grande número de pessoas saiu para ver a cena e a Polícia Militar foi chamada.
Segundo relatos, um dos supostos policiais teria apontado a arma no peito de um homem que estava dentro do veículo com o bebê em seu colo, o que teria acirrado os ânimos dos populares contra a dupla. Com a chegada da PM, todos foram levados para a delegacia, e pouco mais de uma centena de pessoas foram até a delegacia cobrando providencias contra a ação truculenta dos supostos policiais.
A advogada da coligação encabeçada por Josmail, Marla Diniz Brandão Dias, contou que a chapa solicitou junto à 30ª Zona Eleitoral, a convocação da Polícia Federal para atuarem no pleito do dia 2 de outubro.
Em documento encaminhado à juíza Adriana Lampert, da 30ª Zona Eleitoral, a coligação alega que a Polícia Civil de Bonito tem atuando indiscretamente em favor do candidato do partido do governo, ou seja, Odilson.
O candidato tucano negou qualquer interferência na ação policial. “Não tenho nada a dizer. Desconheço isso. Aqui (Bonito) está uma fábrica de terrorismo”, limitou-se a dizer.
Na delegacia da cidade a delegada responsável não foi encontrada para comentar, e na assessoria da instituição a informação é de que uma nota será divulgada ainda na manhã desta terça-feira com esclarecimentos sobre o caso.
Ainda segundo a advogada da coligação encabeçada pelo PR, as pessoas ficaram até o fim da noite de ontem em frente à delegacia, e até a madrugada de hoje os defensores da chapa não conseguiram ter acesso ao Boletim de Ocorrência registrado sobre o caso.
Confira abaixo vídeo que mostra a abordagem:
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