Sam Allardyce deixou o cargo de técnico da seleção inglesa 67 dias depois de ser contratado, graças a um escândalo de corrupção. O jornal britânico The Telegraph divulgou na segunda-feira um vídeo no qual Alardyce explica como burlar leis do mercado de transferências. Em anúncio oficial, a Associação de Futebol Inglesa (FA, na sigla em inglês) confirmou a demissão na tarde desta terça-feira.
“A conduta de Allardyce foi imprópria para um treinador da seleção inglesa. Ele admite um significativo erro de julgamento e pede desculpas por isso. No entanto, devido à natureza grave de suas ações, a FA e Alardyce rescindiram seu contrato por mútuo acordo, com efeito imediato. Esta não é uma decisão fácil, mas a prioridade da FA é proteger os interesses mais amplos do jogo e manter os mais elevados padrões de conduta no futebol”, escreveu a federação em comunicado.
No vídeo gravado pelo Telegraph, o ex-treinador de West Bromwich e Sunderland, chega a apontar a federação inglesa como participante dos esquemas ilegais de transferências. O contrato de Alardyce previa o pagamento de 3 milhões de libras (cerca de 12 milhões de reais anuais) de salário. A entidade anunciou que o ex-jogador Gareth Spouthgate, treinador da seleção sub-21 , assumirá o posto na equipe principal.
Alardyce, de 61 anos, foi escolhido como substituto de Roy Hodgson depois da Eurocopa, em decisão surpreendente, já que “Big Sam”, como é conhecido, não tem títulos relevantes em seu currículo. Ele realizou apenas um jogo como treinador da Inglaterra: vitória por 1 a 0 sobre a seleção da Eslováquia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.
Denúncia – O diário The Telegraph organizou uma verdadeira força-tarefa durante os últimos dez meses para flagrar o treinador de 61 anos, recém-contratado pela Federação. A equipe de repórteres investigativos do jornal criou uma empresa fictícia para fazer negócios com Allardyce.
Foram dois encontros de quatro horas no total e, de acordo com a publicação, o técnico teria aceitado receber 400.000 libras (cerca de 1,7 milhão de reais) oferecidos por “empresários” para viajar a Cingapura e Hong Kong e negociar jogadores para terceiros. Desde 2008, essa prática é considerada ilegal pela FA. Além de ter aceitado o acordo fictício, Allardyce teria insinuado nessas reuniões que já participou de esquemas parecidos, chegando a dizer que conhece meios para burlar as regras da FA.
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