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‘De saco cheio’, José Aldo anuncia aposentadoria do MMA

28/09/2016 às 15h29
Por: Tribuna Popular
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A confirmação da luta entre o irlandês Conor McGregor e o americano Eddie Alvarez no UFC 205, em Nova York, no dia 12 de novembro, foi a gota d’água para o brasileiro José Aldo. Em entrevista ao programa Revista Combate, do SporTV, o campeão interino peso-pena pediu ao presidente do Ultimate, Dana White, para ter o contrato rescindido e, após ter o pedido negado, anunciou sua aposentadoria do MMA na noite desta terça-feira.

Aldo ficou revoltado com o fato de Dana ter “travado” sua categoria, a dos penas. McGregor conquistou o cinturão linear da categoria ao nocautear o brasileiro, com apenas 13 segundos, no UFC 194, em Las Vegas, em novembro do ano passado. Depois disso, o irlandês falastrão se aventurou na categoria dos meio-médios (perdeu uma e ganhou outra para o americano Nate Diaz) e agora ganhou uma nova chance em uma terceira categoria: disputará o cinturão dos leves diante de Alvarez no badalado evento em Nova York.

Aldo tem toda razão em reclamar, já que o UFC, mais uma vez, adiou sua revanche contra McGregor, que unificaria o campeão dos penas – o brasileiro conquistou o cinturão interino ao bater Frankie Edgar, no UFC 200, em julho – apenas para satisfazer os desejos do irlandês (e, claro, faturar com isso). Dana alegou que McGregor terá que abrir mão de um dos cinturões, caso vença Alvarez, o que irritou ainda mais o brasileiro.

“Desde que eu perdi eles prometeram uma coisa para mim. Vinha no meu pensamento que eu não queria nem mais lutar MMA, cheguei no meu limite. Sentei com o Dedé (Pederneiras, seu técnico) há muito tempo, ele me convenceu de continuar, lutei com o Frankie Edgar para ganhar, foi a luta do Dedé. Quando acabou a luta eu ofereci a vitória a ele”, afirmou José Aldo, de 30 anos.

“Depois disso, estava esperando, o cara falou que a luta estava fechada, pessoas do UFC falaram que a gente conseguiu a luta. Não é que estou de cabeça quente, revoltado, nada disso. Estou muito tranquilo, conversei desde muito antes que queria encerrar minha carreira aos 30 anos de idade e tomar novos rumos. Eu nunca lutei por dinheiro, queria fazer uma trajetória boa e deixar um legado na categoria. Queria me aposentar como único campeão peso-pena, mas não foi dessa maneira. Sou campeão interino, estou lá em cima, mas estou realmente estou de saco cheio”, declarou o lutador.

“Hoje (terça-feira) de manhã estava conversando com o Dedé… Se eles oferecerem qualquer coisa… Para mim, não é questão de dinheiro, eu não aguento mais. Chegou no meu limite. Se ele (Dana White) gosta de mim e da minha família como falou, só peço que ele me libere normalmente, não quero briga com ninguém. Quero sair do jeito que eu entrei. O UFC nunca me deu nada. Foi tudo mérito meu, da minha equipe e da minha família. Em nenhum momento eles me deram alguma coisa. Eu conquistei com méritos meus. Dei muito mais a eles do que eles me deram em troca. Só quero que possam me liberar do contrato. Se eles me oferecerem milhões, podem ficar para eles, não quero. Desculpe a expressão, mas não sou p*** para me vender. Sou homem. Meu pai me fez assim.”

As declarações foram motivadas pela negativa de Dana White em liberar Aldo. “Não vamos cancelar o contrato dele. A gente sabe que ele ficou muito emotivo, respeitamos muito o José Aldo, a gente gosta de quem está em volta dele. (…) Vamos conseguir arrumar algo legal para o José também”, afirmou o presidente do UFC em coletiva para promover o UFC Nova York. Suas declarações não convenceram o lutador nascido em Manaus.

“Ele (Dana) tinha falado que faríamos a luta contra o Conor pelo cinturão, senão ia enfrentar um desses dois (Pettis ou Holloway). Agora vai querer esperar até a luta (McGregor x Alvarez) acontecer. Se ele (McGregor) perder, luta comigo. Se ganhar, fica no leve e abandona (o título) para eu enfrentar o Holloway. Isso não é uma coisa legal. Está prejudicando a mim, que fiz história, o Holloway, o Pettis, o Frankie ou o peso-pena que for. Não é só falta de respeito com o Aldo, é com a categoria toda. Se o outro ganha, vai querer botar com quem não tem nada a ver.”

“Só quero que o UFC me libere para eu seguir a minha vida, minha carreira em outro esporte, que sempre tive o sonho”, completou Aldo, que acumulou 26 vitórias e duas derrotas em sua carreira no MMA, entre 2004 e 2016.

*Com Estadão Conteúdo

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