Libertadores, Gauchão e Libertadores de novo. O calendário não dá trégua ao Inter nos primeiros meses de trabalho de Eduardo Coudet. Nesta quarta-feira, às 21h30, o Colorado enfrenta o Tolima no Estádio Manuel Murillo Toro na terceira decisão seguida nos últimos oito dias. Dessa vez, sob a sombra do trauma da eliminação recente para o maior rival no Estadual.
A derrota no Gre-Nal do último sábado, no Beira-Rio, foi a primeira de Eduardo Coudet em oito jogos no comando da equipe. Parece pouco, mas é mais do que suficiente pra jogar um elemento a mais de pressão sobre a equipe para os dois jogos contra o rival colombiano, que decidirão a vaga no Grupo E da Libertadores, ao lado de Gremio, América de Cali e Universidad Católica.
— Todo planejamento depende dessas duas partidas. Nós planejamos o ano passando para a Libertadores. Sair agora seria um golpe muito duro para o nosso planejamento que vem pela frente — comentou D'Alessandro, capitão do Inter.
Um resultado negativo na Colômbia, somado ao clássico perdido, serviria para criar um ambiente de pressão a mais para o duelo da volta, no Beira-Rio. Em contrapartida, vencer o Tolima nesta quarta é um passo - e tanto - não apenas por tranquilidade, mas para manter o 2020 colorado vivo. Não é exagero.
A temporada colorada passa diretamente por chegar à fase de grupos. E não apenas pelo lado desportivo. Cair nesta fase da Libertadores significa abrir mão de US$ 3 milhões. Fora a projeção feita no orçamento, que prevê o Colorado pelo menos nas quartas de final da competição.
O confronto com o Tolima vira também uma prova ao poder de reação do Inter após pouco mais de um mês de trabalho com o técnico argentino. A equipe terá de mostrar resposta imediata para a queda na semifinal do primeiro turno do Gauchão. E com um desfalque provável.
— Quando tu joga decisões, sabemos da pressão, da entrega física, técnicas e tática. São momentos de tomar decisões importantes e estar com a mente tranquila, porque qualquer decisão pode ser negativa ou positiva — alerta o capitão D'Alessandro
Moisés ainda sente dores no tornozelo esquerdo e deve ser baixa na partida. Não por falta de tentativa. O lateral-esquerdo até foi a campo e fez um último teste antes do jogo no treino desta terça-feira. Não resistiu e deixou o gramado mais cedo para aplicar gelo no local.
A possível ausência do lateral amplia a prova também ao estilo de jogo proposto por Coudet no duelo desta quarta, de postura mais agressiva e predileção por propor o jogo. Moisés foi contratado justamente por conseguir dar a intensidade pretendida pelo treinador em seu setor.
Moisés deixa treino do Inter mais cedo — Foto: Eduardo Deconto
"Já passou, tenho certeza que não influencia. É obvio que perder clássico em casa a gente não se conforma, não aceita. Claro que nunca pode esquecer um clássico, mas agora é outra decisão. Estamos preparados" (D'Ale)
Sem Moisés, Coudet tem duas alternativas para o Inter. A troca simples e mais provável é escalar Uendel na lateral esquerda. O técnico também pode optar por mudar a formatação da equipe e armar uma linha de três zagueiros, no 3-5-2, com o retorno de Rodrigo Moledo ao sistema defensivo. Algo que já ocorreu com o time reserva no segundo tempo da vitória sobre o Novo Hamburgo.
Com a lateral esquerda aberta, Coudet deve manter a base do time titular dos últimos jogos. Mas a partida contra o Tolima também serve para testar algumas convicções do treinador. É o caso, em especial, de Damián Musto, novamente titular.
O argentino cumpre a função de recuar até a zaga para iniciar as jogadas da equipe, algo vital para o estilo do treinador. Mas virou alvo de contestações após a expulsão no Gre-Nal. No clássico, Bruno Fuchs ganhou a vaga de Rodrigo Moledo por ser considerado uma opção com mais qualidade na saída de bola e também deve seguir nesta quarta.
Coudet, durante o treino do Inter em Ibagué — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação
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