A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Janus. O inquérito, que tem mais de 200 páginas, foi entregue ontem ao Ministério Público Federal, que vai avaliar se oferece denúncia ou não contra o petista. A investigação mira em contratos milionários firmados entre a Odebrecht e a empresa Exergia, cujo sócio é o sobrinho do Lula Taiguara Rodrigues dos Santos, para a realização de obras em Angola.
O ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar, ao negociar seu acordo de delação, afirmou que Taiguara foi contratado pela empreiteira a pedido de Lula. A contratação, revelada por VEJA em fevereiro de 2015, ocorreu no mesmo ano em que o BNDES aprovou um financiamento para a empreiteira construir a hidrelétrica de Cambambe, em Angola.
Foi nessa obra que Taiguara prestou serviço à construtora e recebeu 3,5 milhões de reais. Antes de virar parceiro de negócios da Odebrecht, Taiguara era dono de uma pequena vidraçaria. Transformado em empreiteiro de uma hora para a outra, comprou uma cobertura, enamorou-se por carrões e ostentou riqueza nas redes sociais. Na esteira das viagens internacionais do tio Lula, prospectou negócios na América Central e na África. Taiguara sempre negou qualquer favorecimento da Odebrecht.
*Veja
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