Estádio Azteca, Cidade do México, 21 de junho de 1970. O lateral-direito Carlos Alberto Torres, que morreu de infarto nesta terça-feira os 72 anos, marcou um dos gols mais emblemáticos da história do futebol, decretando o tricampeonato da seleção brasileira, diante da Itália, na final da Copa de 1970. O placar apontava 40 minutos do segundo tempo e 3 a 1 em favor do Brasil. Os italianos partiam desesperados em busca da reação, mas o Brasil respondeu com calma e talento espantosos.A jogada começa quando o atacante Tostão, que vestia a camisa 9, mas era um dos cinco “camisas 10” do time de Zagallo, voltou para ajudar a defesa e malandramente roubar a bola da Itália. O Brasil poderia naquele instante apenas administrar a partida, faltando apenas cinco minutos para o título, mas uma jogada espetacular da seleção canarinho marcaria a história do futebol para sempre. No campo de defesa, o volante Clodoaldo “entortou” quatro marcadores italianos com gingado e dribles dignos incomuns para um volante. Após deixar na saudade os adversários, Clodoaldo tocou para Rivellino na lateral-esquerda. O craque canhoto já emendou um lançamento para o atacante Jairzinho, o furacão da Copa, no mesmo flanco. O artilheiro e camisa 7 da seleção, então, arriscou jogada individual, atraiu dois italianos e encontrou Pelé livre pelo meio. O Rei dominou a bola, esperou três segundos, percebeu a chegada fulminante do lateral-direito Carlos Alberto Torres e, num passe magistral para o capitão, veio o chute consagrado. Um chute rasgado, rasteiro e na veia, que ainda contou com a ajuda providencial do chamado “morrinho artilheiro”, para fuzilar a rede de Enrico Albertosi. A taça do mundo era nossa. E do ‘capita” Carlos Alberto.
https://youtu.be/M5HbmeNKino
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