Morreu nesta segunda-feira o escultor e ourives italiano Silvio Gazzaniga, criador da taça da Copa do Mundo de futebol, aos 95 anos, de causas naturais, em Milão. “Ele morreu serenamente durante o sono em sua casa. Ele foi dormir ontem à noite e nesta manhã nós percebemos que ele não respirava mais”, contou o filho Giorgio.
Nascido em 23 de janeiro de 1921 em Milão, Silvio viu sua vida mudar após a Copa de 1970, quando o Brasil venceu a Itália e conquistou de forma definitiva a taça Jules Rimet. A Fifa prometera entregar para sempre o troféu esculpido pelo francês Abel Lafleur ao primeiro país tricampeão mundial – a Jules Rimet ficou na sede da CBF até ser roubado, em 1983.
A Fifa, então, abriu um concurso para escolher a nova taça da Copa do Mundo e, dentre as 53 opções, escolheu a criação de Giorgio Gazzaniga. A peça, conquistada pelo Brasil em 1994 e 2002, mede 36,5 cm e é feita de 5 kg de ouro 18-quilates (75%) sólido com uma base (13 cm de diâmetro) e contém duas camadas de malaquita. No total, ela pesa 6,17 kg e representa dois jogadores estilizados que, exultantes, carregam o planeta terra nas mãos.
“Para criar um símbolo universal relativo ao esporte, eu me inspirei em duas imagens fundamentais: a de um atleta triunfante e a do mundo. Eu queria criar uma representação dinâmica, que pudesse expressar ao mesmo tempo a harmonia, a simplicidade e a paz. O trabalho deveria refletir a euforia de um jogador de futebol vencedor, mas sem o ego de um super-humano”, explicou Gazzaniga.
O artista italiano também criou os troféus da Copa da Uefa, da Supercopa Europeia e do Campeonato Europeu Sub-21 e manteve-se na ativa até os últimos anos de vida. Em 2011, em celebração aos 150 anos da unificação da Itália, Gazzaniga desenhou, a pedido do governo, taças especiais entregues na Copa da Itália de futebol, no Giro d’Italia de ciclismo e no GP da Itália Fórmula 1.
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