O Banco Central informou nesta quinta-feira (6) que os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 35,497 bilhões em 2021.
Ao todo, segundo a instituição:
A saída líquida de recursos em 2021 representa a terceira maior da série histórica do Banco Central, inferior somente às registradas em 2015 e 2016, quando, respectivamente, os saques superaram os depósitos em R$ 53,568 bilhões e R$ 40,702 bilhões.
Em 2021, a poupança registrou resultado positivo (depósitos maiores que os saques) nos meses de abril, maio, junho, julho e dezembro. Em dezembro, os depósitos superaram os saques em R$ 7,660 bilhões.
Entre janeiro e março deste ano, houve retirada líquida de R$ 27,542 bilhões da poupança.
O período coincidiu com as despesas de início de ano (IPTU, IPVA, matrícula e material escolar) e com a ausência do pagamento do auxílio emergencial, que acabou em dezembro de 2020 e voltou a ser pago pelo governo federal em abril de 2021.
De agosto a novembro, houve mais uma retirada líquida de R$ 32,995 bilhões da poupança, segundo os dados do Banco Central.
O resultado negativo em 2021 acontece após a caderneta de poupança ter registrado em 2020 a maior entrada líquida de recursos da série histórica, iniciada em 1995.
Em 2020, os depósitos superaram as retiradas em R$ 166,310 bilhões (valor arredondado).
Em 2020, o depósito de dinheiro na poupança foi impulsionado pelo pagamento do auxílio emergencial, feito em contas-poupança abertas pela Caixa Econômica Federal, e pelo isolamento social, o que fez com que muitas famílias reduzissem gastos variáveis.
Já em 2021, a retirada de recursos da poupança coincide com a reabertura da economia e com uma escalada da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A inflação no acumulado de janeiro a novembro de 2021 foi de 9,26%, corroendo o poder de compra dos brasileiros. O valor fechado do ano de 2021 será divulgado pelo IBGE na próxima semana.
A alta da inflação também torna outros investimentos de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto, mais atraentes, já que muitos papéis são indexados à inflação ou à Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 9,25% ao ano, com viés de alta, para justamente tentar conter a pressão sobre os preços. A poupança está rendendo apenas 0,50% ao mês, ou 6,17% ao ano.
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