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Operação no Jacarezinho dá início ao Cidade Integrada, novo projeto de ocupação de comunidades, 14 anos após criação das UPPs

Espécie de reformulação do programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) prevê patrulhamento, investigações para desestruturar organizações criminosas e intervenções sociais. Modelo deve ser aplicado em mais cinco favelas.

19/01/2022 às 09h55
Por: Tribuna Popular Fonte: g1
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Reprodução/ TV Globo - Agentes da Polícia Civil saem da Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, e caminham em direção à comunidade do Jacarezinho
Reprodução/ TV Globo - Agentes da Polícia Civil saem da Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, e caminham em direção à comunidade do Jacarezinho

O governo do Rio de Janeiro deu início na manhã desta quarta-feira (19) ao Cidade Integrada, o novo projeto de ocupação social de comunidades e uma espécie de reformulação do programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), criado em 2008.

A ação, com 1.200 homens, começou pelo Jacarezinho, na Zona Norte da cidade — onde em maio de 2021 uma operação policial terminou com 28 mortos, a mais letal da história do estado. A comunidade é dominada por uma facção do tráfico de drogas.


Até a última atualização desta reportagem, um homem cuja identidade não foi revelada havia sido preso. A Polícia Civil tentava cumprir, no total, 42 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão de adolescentes.


Não houve relatos de tiroteios. “A situação é de aparente tranquilidade. Já temos o cerco nas imediações. O trânsito nas vias próximas segue fluindo normalmente, e isso é muito importante”, disse o porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz. Os trens também circulavam sem interrupções.


A intenção de reformar o projeto adotado pelas UPPs foi anunciada em maio de 2021. “O estado não estava presente, não tinha serviço lá dentro”, afirmou o governador Cláudio Castro (PL) na ocasião.

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Nesta quarta, Castro comentou o início do Cidade Integrada nas redes sociais.


“Damos início a um grande processo de transformação das comunidades do Estado do Rio. Foram meses elaborando um programa que mude a vida da população levando dignidade e oportunidade. As operações de hoje são apenas o começo dessa mudança que vai muito além da segurança”, escreveu.


Resumo do projeto Cidade Integrada:


  • Delegacias farão investigações para ajudar a desestruturar organizações criminosas;
  • A Polícia Militar vai patrulhar ruas e avenidas das regiões;
  • Por fim, as áreas receberão intervenções urbanísticas e sociais.

Em novembro, o g1 mostrou que a ocupação estava prevista para seis grandes comunidades:


Todas essas comunidades possuem forte presença do crime organizado, entre traficantes e milicianos. O Jacarezinho, por exemplo, é área do Comando Vermelho.


Nesta quarta, o governo não informou sobre outros alvos do Cidade Integrada. Mais detalhes serão apresentados no próximo sábado (22). A TV Globo apurou que nesta quinta (20) Castro vai se reunir com o prefeito Eduardo Paes (PSD) para discutir o andamento do programa.


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“Neste primeiro momento, a ideia é que possamos fazer uma retomada do território”, disse Ivan Blaz. “Era necessário que fizéssemos este trabalho de cerco e agora é fazer vasculhamento, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão e verificação de antigos mandados de prisão”, emendou.


Segundo Blaz, o Comando de Operações Especiais, que inclui o Bope, chegou ainda na noite de terça (19). Batalhões da Zona Norte e a Coordenadoria de Polícia Pacificadora também foram mobilizados.


“Algumas comunidades ao redor também vão ser ocupadas para o sucesso da operação. Manguinhos e Bandeira 2 são comunidades que estão sofrendo algum impacto”, acrescentou o porta-voz.


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Castro: ‘Entrada de serviço público’

Na semana passada, ao inaugurar centros de testagem para Covid, o governador disse que o Cidade Integrada não seria “como em outras épocas”.


“Eu tenho certeza de que não é, como em outras épocas, entrar dando tiro nas pessoas. É uma entrada de serviço público, um repensar da segurança pública”, declarou Castro.

“Chegou a hora de repensar até essa questão da ocupação do estado mesmo. É um programa que vem discutir segurança pública de maneira mais ampla e não simplesmente fazer o que foi feito nas outras vezes, que era ocupar e tirar todo mundo e daqui a pouco volta”, detalhou.


Documentos obtidos pelo g1 mostram que a reformulação já vinha sendo discutida pelo menos desde setembro. Um ofício previa, por exemplo, a instalação de projetos sociais destinados a mulheres e idosos no Cantagalo.


O programa das UPPs surgiu em 2008, na gestão do governador Sérgio Cabral. Dez anos depois, sofreu uma grande diminuição, quando o Rio estava sob intervenção federal na segurança pública.


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