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Butantan diz que Ministério da Saúde manifestou interesse por doses da CoronaVac e que acordo deve ser firmado nesta sexta
Instituto aguardava posicionamento da pasta, que se pronunciou na manhã desta sexta (21). Segundo Butantan, novo contrato irá prever fornecimento de 7 milhões de doses ao governo federal para vacinação do público de 6 a 11 anos.
21/01/2022 15h53
Por: Tribuna Popular Fonte: g1
- Profissional de saúde de SP segura ampola de CoronaVac, imunizante contra Covid-19 — Foto: Divulgação/Ascom/GESP

O Ministério da Saúde manifestou ao Instituto Butantan interesse na compra de doses da CoronaVac para incluir no Programa Nacional de Imunização (PNI) e vacinar crianças de 6 a 11 anos no país.


A informação foi confirmada ao g1 na manhã desta sexta-feira (21) pelo Butantan. Ainda de acordo com o Instituto, o acordo deve ser firmado até o final do dia e prevê o fornecimento de 7 milhões de doses já prontas.


Depois, em nota, o Instituto afirmou que recebeu uma consulta do Ministério da Saúde via ofício sobre o número de doses de Coronavac que têm disponíveis.


"A resposta do instituto foi que possui 7 milhões de doses para pronta entrega. Essa quantidade pode aumentar conforme o interesse do governo federal de incluir a Coronavac no Programa Nacional de Imunizações (PNI)."

O governo paulista começou a aplicar o imunizante em crianças na tarde desta quinta-feira (20), logo após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


A Anvisa autorizou o uso para crianças na faixa etária de 6 a 17 anos no país.


Mais cedo, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que a pasta deve avaliar as orientações da Anvisa e repassar aos estados.


"A gente vai avaliar todas as recomendações da Anvisa que foram feitas ontem para que a gente possa orientar de forma correta os estados e municípios. Depois de incorporada no PNI, os estados estão liberados para aplicar", disse Cruz.

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Durante coletiva de imprensa nesta quinta, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que ainda não tinha sido procurado pelo governo federal para tratar do fornecimento de doses.


Desde o ano passado, o Instituto relata ter feito mais de três ofertas do imunizante ao Ministério, em ofícios que sequer foram respondidos.


Embates com o Ministério da Saúde

Em outubro de 2021, o Ministério da Saúde afirmou que não faria aquisição de novos lotes de CoronaVac para o calendário nacional de vacinação de 2022.


A vacina foi a primeira a ser aplicada na população brasileira e a responsável pela maior parte da imunização até que outras vacinas fossem adquiridas.


No entanto, seu uso sempre foi motivo de embate político entre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e do governador João Doria (PSDB).


Após a entrega pelo Butantan de todos os 100 milhões de doses do contrato com o governo federal para o PNI, sobraram 15 milhões de doses da vacina sem interessados em comprá-las.


Inicialmente, o Instituto Butantan declarou que, desses 15 milhões, 12 milhões haviam sido reservados ao governo de São Paulo para a aplicação em crianças assim que a autorização fosse concedida pela Anvisa.


No entanto, em coletiva de imprensa nesta quinta (20), Dimas Covas declarou que, dos 15 milhões de doses disponíveis, 4 milhões já foram entregues para o estado de São Paulo e outros 4 milhões serão enviados nos próximos dias.


Os 7 milhões de doses restantes ficariam reservados para ofertar ao Ministério da Saúde.


Segundo o diretor, o Butantan possui capacidade para produção de mais doses, caso seja manifestado interesse pelo governo federal ou por estados.


"Nossa atividade industrial pode ser retomada a qualquer momento. Podemos chegar, como foi feito no primeiro fornecimento ao ministério, a fornecer até 100 milhões de doses. Depende da demanda, e estamos totalmente preparados para atender a demanda."


A fábrica nacional para produção da CoronaVac sem a dependência de insumos da China, no entanto, não está pronta.


Prometida para ser entregue em setembro de 2021, a obra sofreu atraso e ainda faltam equipamentos importados. Para ser inaugurada, a planta também depende de inspeção da Anvisa.


"A fabrica está na sua fase final de estrutura física de obras civis e já recebendo equipamentos. Então esses equipamentos estão sendo instalados, e isso vai permitir que ela entre em operação, não ainda produzindo as vacinas para distribuições, mas para ser qualificada, inclusive pela nossa Anvisa", disse Dimas Covas nesta quinta.


Aprovação da Anvisa

Desde o final do ano passado a Anvisa analisava o segundo pedido de autorização de uso da CoronaVac para crianças e adolescentes, feito pelo instituto. As solicitações, porém, previam vacinar o grupo de 3 a 17 anos. O primeiro pedido, feito em julho do ano passado, foi negado em agosto por falta de documentação.


Segundo Dimas Covas, o Butantan apresentará um novo pedido para incluir a faixa etária de 3 a 5 anos.


"Vamos fazer um pedido de extensão ao pedido original, simplesmente apresentando mais dados especificamente para essa faixa etária [3 a 5 anos]. Nós temos alguns estudos em andamento, estudos de efetividade no Chile, estudos na fase 3 em alguns países do mundo. Vamos fornecer esses dados", disse, nesta quinta.


A liberação aprovada pela agência seguiu as recomendações da área técnica, que definiu os seguintes critérios:


Vacinação de crianças no país

A vacinação de crianças no Brasil começou a ser feita na semana passada, logo após a chegada do primeiro lote de vacinas pediátricas da Pfizer, até então, o único imunizante aprovado pela Anvisa para este grupo.


As vacinas foram destinadas incialmente a um grupo prioritário, formando por crianças com comorbidades, indígenas e quilombolas.


O indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, foi a primeira criança a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ele recebeu a dose em um evento simbólico organizado pelo governo de São Paulo.


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