O dólar fechou em queda de 0,65%, cotado a R$ 5,2709, nesta terça-feira (1), menor valor em quatro meses e meio, com os mercados domésticos aproveitando o novo dia de recuo global da divisa norte-americana para seguir desarmando posições, na véspera da decisão de juros pelo Banco Central.
O valor da cotação é o mais baixo desde 16 de setembro do ano passado (R$ 5,2654).
No acumulado da semana, a moeda registrou queda de 2,21%. No ano, o recuo foi de 5,45%. Veja mais cotações.
Na agenda de indicadores do dia, a FGV mostrou que confiança empresarial caiu em janeiro para o menor nível desde abril de 2021.
As atenções da semana seguiram voltadas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que anuncia na quarta-feira a nova taxa básica de juros. A expectativa do mercado financeiro, é de que a Selic avance dos atuais 9,25% para 10,75% ao ano, voltando a superar os dois dígitos após 4 anos e meio.
Juros mais altos no Brasil são amplamente vistos como positivos para o real, uma vez que elevam a rentabilidade do mercado de renda fixa doméstico e tendem a ser um ponto a favor do fluxo de capital estrangeiro ao país. "O que se vê neste momento é um movimento mais próximo da busca do Brasil como uma opção barata e de bom rendimento", destacou a Infinity em relatório a clientes.
Analistas também atribuíram o maior apetite do investidor estrangeiro por ativos de países emergentes ao movimento movimento de saída de recursos dos Estados Unidos, motivada pela postura mais dura do Federal Reserve (Fed) no combate à inflação. Os formuladores de política monetária do Fed estão determinados a aumentar a taxa de juros em março, e os mercados já precificam pelo menos cinco elevações nos custos dos empréstimos ao longo deste ano nos Estados Unidos.
A corretora Necton revisou sua projeção para o câmbio para o final de 2022 de R$ 5,40 para R$ 5,20. "O Brasil exporta duas coisas: commodities e taxa de juros. Em 2022 os dois aspectos estão num patamar adequado. O viés é para baixo do câmbio ao longo do ano e mesmo uma eventual alta dos juros nos EUA mais forte que o projetado não deve reverter o fluxo em direção ao país", avaliou o economista André Perfeito.