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Há 30 anos, Palmeiras jogou final do Paulista no sábado, porque São Paulo tinha de viajar para Mundial de Clubes
Definição acontecerá em reunião às 10h desta segunda-feira, na Federação Paulista
28/03/2022 10h24
Por: Tribuna Popular Fonte: Globo Esporte
- Abel Ferreira e Rogério Ceni se cumprimentam em clássico pelo Paulistão deste ano — Foto: Marcos Ribolli

A Federação Paulista prefere que a final do Campeonato Paulista aconteça no domingo, dia 3, como diz o artigo 4 do regulamento. A pressão do São Paulo justifica-se pelo que está escrito, mas é sabido que, se o Corinthians estivesse na decisão, a data seria sábado, dia 2, porque a tabela da Libertadores marca a estreia corintiana, na Bolívia, na terça-feira, dia 5.


Há uma sucessão de erros, enumerada no final deste texto. Há também uma lembrança. Há 30 anos, São Paulo 4 x 2 Palmeiras, o maior jogo da vida de Cafu, aconteceu num sábado à tarde exclusivamente porque o Tricolor tinha de viajar à noite para o Japão, para disputar a final do Mundial de Clubes contra o Barcelona. Prevaleceu o espírito esportivo.


No início da noite de domingo, havia no Palmeiras quem cogitasse agendar a decisão para domingo, às 11h. Ruim para o espetáculo. Mas isto só será decidido a partir de 10h desta segunda.


O São Paulo não abre mão de que o jogo aconteça no domingo, porque está escrito no regulamento. Houve reunião do Conselho Técnico, antes das semifinais, e o representante palmeirense, o vice-presidente Paulo Buosi, não se manifestou sobre a possibilidade de mudança para dia 2. Não há assinatura de Buosi, nem de ninguém do Palmeiras no documento em que se afirma que a final aconteceria no domingo, às 18h30. Só que não houve discordância.


Durante todo o período das semifinais, o discurso palmeirense foi de que não debateria as finais, porque ainda não tinha presença assegurada nelas. Não cantou vitória antecipada, no que esteve certo. Mas era preciso alertar para o risco de não haver estádio disponível no domingo, dia 3.


Dois anos atrás, o Palmeiras mudou o gramado do Allianz Parque, para diminuir o risco de espetáculos musicais atrapalharem datas de jogos. Previa-se abaixar dos seis partidas fora do Allianz, em 2019, para três ou quatro depois da pandemia. Lembre-se de que, há três anos, a eliminação da Libertadores contra o Grêmio aconteceu no Pacaembu, por causa do show de Sandy & Junior.


Não vão deixar de existir os jogos em que o Palmeiras jogará fora de sua casa. Mas o relacionamento com a W. Torre, responsável pela agenda, precisa ser muito afinado. Não era assim no tempo de Paulo Nobre. Melhorou muito na gestão de Maurício Galiotte, em que o departamento de marketing foi muito cuidadoso na relação com parceiros, o que não evitou sair do Allianz na Libertadores 2019.


De qualquer maneira, faltou agilidade ao Palmeiras para entender o risco de não ter estádio para jogar a finalíssima. Até para debater com a Conmebol, que poderia marcar sua estreia para terça-feira, o que obrigaria a Federação Paulista a agendar a final para dia 2. Neste caso, mesmo contra o regulamento.


Há lições para a Federação. Diferentemente do que acontece na Champions League, o regulamento não precisa dizer se a finalíssima acontecerá no sábado ou no domingo, até porque a tabela da Libertadores pode obrigar a mudança.


Há uma segunda questão, de esportividade. O São Paulo poderia aceitar jogar no sábado, dia 2.


Também pode haver mais atenção do Palmeiras, para cumprir o compromisso com sua torcida e também com o show contratado para seu estádio.