O ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou que a Justiça Eleitoral nasceu com pouca estrutura, “mas com vontade de lutar pela democracia e coragem de lutar contra um sistema que tentava capturar a vontade soberana do povo”.
A declaração foi dada nesta quinta-feira (19) na sessão de celebração dos 90 anos da primeira instalação do Tribunal Superior Eleitoral. O presidente Jair Bolsonaro tem feito sucessivos ataques às urnas eletrônicas e colocado em dúvida a transparência das eleições.
“Esse foi o surgimento da Justiça: vontade de concretizar a democracia e coragem para lutar contra aqueles que não acreditam no estado democrático de direito. Esta mesma vontade democrática e coragem temos hoje. A vontade de democracia e coragem de combater aqueles que são contrários aos ideais republicanos permanece. Queremos cada vez mais garantir celeridade, transparência e segurança que os eleitores brasileiros merecem”, disse.
O ministro disse também que a história brasileira teve abruptas interrupções na democracia.
“O Brasil nasceu sob o estado de sítio, com o primeiro presidente. Teve a interrupção democrática com a ditadura. Nem sempre o Brasil pode viver uma democracia e mesmo nos tempos iniciais de República, não era uma democracia como é hoje”, afirmou.
Moraes lembrou ainda que menos da metade de eleitorado não participava e “existia a cédula para prestar conta ao coronelismo, que implantava sua vontade”.
Na quarta-feira (18), a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma ação na qual o deputado federal Israel Batista (PSB-DF) pede a investigação de Jair Bolsonaro após falas sobre a lisura do processo eleitoral em um evento no Planalto e depois com empresários.