Invicto em quatro etapas da Diamond League e líder do ranking mundial em 2022, Alison dos Santos, o “Piu”, percorreu os 400m superando as dez barreiras e todos os adversários das raias ao lado. No fim da noite de terça-feira (19), numa prova disputadíssima em Eugene, tornou-se o primeiro homem do Brasil campeão em um Mundial de Atletismo em pista descoberta. Cravou 46s29, novo recorde do campeonato, e botou o ouro no peito, a primeira medalha do país nesta edição do evento.
Esta foi a 14ª medalha do Brasil na história da competição, a segunda de ouro. Até hoje Fabiana Murer, do salto com vara, era a única brasileira campeã mundial outdoor. Para alcançar o pódio inédito, Alison deixou para trás os americanos Rai Benjamin (46s89) e Trevor Bassitt (47s39), que foram prata e bronze, respectivamente.
Alison chegou a Eugene como a maior esperança do Brasil no Mundial de Atletismo. Após a conquista do bronze nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 na prova dos 400m com barreiras mais forte da história, havia vencido as quatro etapas da Diamond League, principal circuito do atletismo mundial, disputadas até então: em Doha, Estocolmo, Oslo e na própria Eugene.
De volta ao estádio de Hayward Field, da Universidade do Oregon, Alison passou pelas fases classificatórias do Mundial sem sustos. Na primeira aparição venceu a segunda bateria sem precisar forçar, apenas com o nono tempo geral (49s41). Na semifinal acelerou um pouco o ritmo e fez a melhor marca rumo à final, sendo o único a baixar da casa dos 48s, cravando 47s85.
Recorde - Vitória Rosa se despediu das provas individuais do Mundial de Atletismo com o novo recorde sul-americano dos 200m feminino. A brasileira caiu numa bateria fortíssima na semifinal, com nomes como a bicampeã olímpica da prova, a jamaicana Elaine Thompson-Herah. Foi superada pela americana Tamara Clark, pela britânica Dina Asher-Smith e por Elaine, que avançou apenas por tempo.
Apesar de não avançar à disputa por medalhas, Vitória saiu da pista com a certeza de que havia dado seu melhor. Segurou firme a nigeriana Nzubechi Grace Nwokocha para cruzar em quarto com 22s47, novo recorde sul-americano da prova, um centésimo abaixo do tempo cravado por Ana Claudia Lemos em 2011.