Brasil Brasil
Estudo aponta que Amazônia é responsável por 25% das chuvas do Sul e Sudeste
À CNN Rádio, o professor Henrique Barbosa explicou que a pesquisa tratou a área como uma “rede complexa” para mapear efeito do desmatamento e das mudanças climáticas
09/08/2022 09h52
Por: Tribuna Popular Fonte: CNN Brasil
Getty Images - A Amazônia abriga a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica, que detém 20% da água doce do planeta

Um estudo inédito apontou que um quarto das chuvas das regiões Sul e Sudeste do Brasil é proveniente da região amazônica.


Em entrevista à CNN Rádio, o professor do Instituto de Física da USP Henrique Barbosa explicou que foi utilizada uma tática chamada “rede complexa” para entender o que acontece na Amazônia.


A prática da física entende o mundo de diversas formas, como a compreensão de como uma informação é transmitida pela rede de neurônios do cérebro, por exemplo.


Ou ainda, segundo o especialista, como a rede elétrica transmite a potência de um ponto para outro.


“Passamos a pensar na floresta Amazônia e atmosfera como rede complexa, que transporta a água de um lugar para outro, para entender como a umidade que recebe do oceano e como alcança outras regiões do Brasil.”


O professor destacou que o estudo mostrou que para cada árvore da Amazônia que deve morrer devido aos efeitos humanos – como desmatamentos e efeitos climáticos – mais uma vai morrer sem a ação do homem, como consequência da floresta removida.


“A reciclagem da umidade é muito importante, boa parte das chuvas é devolvida pela floresta de volta para a atmosfera, evapora ou é transpirada de volta, é uma contribuição importante.”


Preservação


Henrique Barbosa, no entanto, afirmou que o estudo não é “pá de cal” sobre o futuro da Amazônia, pelo contrário, porque ele aponta quais as regiões da floresta que sofrem mais com a seca e ação do homem.


“O que a gente tem que fazer é preservar a Amazônia, não só pelo patrimônio, mas pelos serviços ecossistêmicos que ela presta, de exportar água para outras regiões que dependem dela para a produção agrícola.”


Segundo o professor, “ainda há tempo” para reverter a situação, mas é necessário que se tome ação o quanto antes.


*Com produção de Camila Olivo