Após denúncia feita por vereadora de Bela Vista contra colega que a teria agredido dentro da secretaria de Obras do município na última quinta-feira (14), a Câmara Municipal votará pedidos de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e quebra de decoro com cassação de mandato ingressados pelas duas partes envolvidas no episódio.
“Vou colocar os dois em apreciação, em votação dos vereadores, e eles vão dizer se aceitam ou não a denúncia dos dois, dele e dela”, explicou o presidente da Câmara, vereador Xitinho Demécio Takeshi (Podemos), ao Jornal Midiamax. A votação dos pedidos está marcada para a próxima segunda-feira (25), às 19h, com transmissão pelas redes sociais.
Segundo o presidente da Câmara, após o ocorrido, o vereador Francisco Gutierres (PSDB) – acusado de agredir a colega – entrou com pedido de CPI contra ela, por ter gravado vídeo mencionando a agressão que teria sido cometida por ele. Inicialmente, o nome do vereador acusado havia sido preservado por se tratar de denúncia inicial e por ele não ter se manifestado. Com o pedido de CPI, ele será tratado da mesma maneira que a denunciante. O partido de Gutierres foi acionado e permanece aberto o espaço caso ele ou a legenda queiram se manifestar sobre o caso.
Já a vereadora Fabrizia Tinoco (Podemos) ingressou com pedido de quebra de decoro e cassação do mandato após relatar ter sido agredida pelo colega. De acordo com ela, enquanto cobrava a continuidade de uma obra do município, ele interrompeu sua conversa com o secretário e a retirou da sala ‘arrastada pelos cabelos’.
Após o episódio, ela procurou a Polícia, registrou boletim de ocorrência e fez exame de corpo de delito. “Pensei até em abandonar tudo em um primeiro momento, mas o apoio e orientação destas mulheres tão fortes, me fortaleceu e eu sai do luto à luta. Agora vou lutar ainda mais pelos direitos das mulheres e aumentar a cobrança pela melhoria do bem-estar da população”, afirmou, em transmissão feita nas redes sociais detalhando o caso.
O presidente da Câmara adiantou que, caso tenha que votar, irá pelo aceite da denúncia da vereadora. De acordo com ele, ‘as evidências são muito graves, claras, houve hematomas no corpo dela, boletim de ocorrência e corpo de delito’. Ele disse também não concordar com o pedido de CPI feito contra ela. Questionado se o posicionamento seria por integrar o mesmo partido de Fabrizia, ele assegurou que sua postura é baseada nas evidências.
Enfatizou, contudo, que não pedirá voto a nenhum outro vereador e como presidente colocará ambos os pedidos para apreciação do restante da Câmara, que decidirá pela abertura ou não de algum ou de ambos os procedimentos.
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