Finalizado nesta sexta-feira (7), o remake de "Pantanal" foi um estouro. Sucesso absoluto em todo o Brasil, a novela mobilizou fronteiras e se estabeleceu como um fenômeno.
No fim das contas, entre erros e acertos na representação de Mato Grosso do Sul, o saldo terminou positivo para os sul-mato-grossenses, que ficaram satisfeitos com a adaptação do folhetim original.
Um dos pontos que mais incomodou, no entanto, foi a ausência de atualização do próprio pantanal, que, para os moradores, foi abordado de uma maneira "pré-histórica".
"Atualizaram a militância na novela, mas não atualizaram o pantanal", exclamou uma moradora nas redes sociais. "Novela quer lacrar mas coloca o povo do pantanal se comunicando via rádio", expressou outra, quando Jove (Jesuíta Barbosa) ainda não tinha levado internet para a fazenda.
Responsável pelo remake, Bruno Luperi adaptou a história criada por seu avô Benedito Ruy Barbosa e inseriu diversas questões sociais no folhetim global, avaliadas como de extrema importância.
Jove, por exemplo, foi responsável por levantar voz para as minorias: o personagem foi atualizado de maneira a representar essas causas, pois, na visão do autor, assim seria um filho de fazendeiro criado em cidade grande nos dias atuais.
Guta "regatinha" teve o mesmo papel, até certo ponto da trama. Mas, como Luperi enxergava as fazendas no Pantanal? O jeito de falar, ausência de televisão, internet...?
Personagens caricatos e "impossíveis" conheceram TV e celular somente nos dias atuais. E o fazendeiro José Leôncio, relativamente jovem, que também não tinha telefone ou aparelhos eletrônicos. A coisa foi evoluindo e tudo isso foi inserido de forma com que os personagens se completassem como "homens das cavernas" diante da modernidade.
Tirando a seca e o estado crítico atual do bioma, o pantanal de "Pantanal" permaneceu o mesmo da versão original. Um pantanal de 1990, sem tecnologia, isolado. "Um pantanal inexistente. No quesito comportamento", opinou nas redes sociais Alessandra Dias, que vive na região.
Apesar de relevante, a militância cansou em alguns momentos e os fãs da trama passaram a reclamar do excesso. Ainda assim, a novela terminou em alta e ficará marcada na memória dos brasileiros, especialmente dos sul-mato-grossenses, como um bom folhetim.
A ausência da atualização pantaneira em contraste com a atualização de personagens urbanos ainda poderá ser acessada em uma futura reprise. "É como se o pantanal tivesse parado no tempo e só quem vive na cidade evoluiu. Os personagens das fazendas viveram como homens na pré-história", concluiu a telespectadora Vanessa Assis.
E você, ficou com a sensação de que o pantanal não foi atualizado, quando se fala em comportamento?