Há cerca de dez anos, a artista plástica Carolina Rocha trabalha criando retratos incríveis de pets em óleo sobre a tela. E, além de encantar os tutores, as pinturas ainda ajudam a manter cuidados com animais abandonados.
Mais do que entender sua relação com a arte como apenas um meio de produção, ela conta que o carinho pelos bichos, o prazer pela pintura e a união dos campos integra totalmente sua vida.
Formada em Artes Plásticas, Carol conta que sempre foi próxima de seus pets, mas entre 2008 e 2009 o relacionamento se intensificou. “Tive uma depressão muito forte e sempre tive muitos cachorros. Na época, os meus foram responsáveis por me tirar da depressão, fui convivendo cada vez mais intensamente com os meus até que comecei a tentar ajudar outros também”.
Na época, ela não trabalhava com arte e deu início às ações com a causa animal aos poucos. “Fui acolhendo cachorros de rua, às vezes minhas amigas contavam sobre algum caso e eu me envolvia. Tentava levar no veterinário, mas dois anos depois, quando já tinha melhorado da depressão, comecei a adoecer”.
Carol explica que ver o cenário de animais abandonados não é algo fácil e muitas vezes há uma sensação de não saber como lidar. Além do quesito emocional, o financeiro também começou a ser afetado e a partir daí novas ideias começaram a surgir.
“Eu já pintava, mas não profissionalmente e também não quadros de animais. Eu queria continuar ajudando, mas entendi que precisava fazer diferente. Me lembro que fui para casa e comecei a pintar porque era algo que precisava ter prazer, mas ao mesmo tempo que gerasse a renda necessária”, diz.
Uma amiga que a acompanhava foi quem sugeriu a temática dos pets e depois de presentear alguns conhecidos com as pinturas, Carol viu que o ramo teria futuro. “Fui aprimorando minha técnica até que em 2015 eu já tinha tantas encomendas que resolvi parar de trabalhar com outra área. Eu trabalhava em uma gráfica, fazia alguns sites e parei com tudo”.
Desde então, sua rotina se divide entre cuidar dos cachorros que já tem, pensar em como ajudar outros protetores independentes e, principalmente, produzir as telas. Mantendo a mesma ideia de 2008, ela explica que sua renda continua sendo compartilhada com aquilo que acredita.
“Hoje minha renda é dividida em três partes, sendo a primeira para o meu sustento, a segunda para cuidar de animais que continuo atuando no resgate e a terceira compartilho com outras pessoas que fazem esse trabalho”, relata a artista.
Além dos valores arrecadados com a produção dos quadros impactar em Campo Grande, Carol também fez parcerias com pessoas de fora de Mato Grosso do Sul. “Conheci pessoas nesse tempo, então, por exemplo, ajudo um casal na Mooca, em São Paulo, que cuidam de gatos, uma outra pessoa no interior do Rio Grande do Sul e faz esse trabalho de recuperação”.
E, assim, os quadros também vão viajando por todo o Brasil e por outros países. “Austrália, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e França foram alguns lugares para onde já enviei telas também. E Nova Zelândia também, por incrível que pareça”, comenta.
Seguindo com as encomendas ativas, Carol diz que todo o processo de criação é feito com muito carinho, sabendo da história de cada pet e criando uma arte única. Para conhecer mais sobre o trabalho e também fazer orçamentos, o perfil no Instagram é @carolrochaartstudio.
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