Uma mobilização perene, sem divisas e fronteiras, voltada para o estímulo ao cultivo e à diversificação de uso e consumo sustentáveis do sorgo nos mais variados segmentos agropecuários e agroindustriais. Esta é a ideia central do “Movimento + Sorgo” estruturado no âmbito da Embrapa, em parceria com a Latina Seeds, e que prevê a participação/adesão de empresas e organizações públicas e privadas interessadas no crescimento e fortalecimento da cultura.
Atualmente, é possível distinguir um cinturão do sorgo granífero no Brasil, sobretudo nos Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Tocantins, além do Distrito Federal. O MS é considerado o Estado que mais utiliza o sorgo como alimento para o gado no cocho.
O Estado de Goiás lidera a produção e exportação do grão. Mas, além da liderança goiana, o ranking nacional sinaliza que o cultivo de sorgo vem se disseminando por outras regiões brasileiras. Em seguida a Goiás aparecem Minas Gerais (2º), Bahia (3º), Mato Grosso (4º), Tocantins (5º), Mato Grosso do Sul (6º), Pará (7º), Distrito Federal (8º), São Paulo (9º) e Maranhão (10º).
A iniciativa está sendo costurada para lançamento oficial ainda este ano (2023), quando se comemora os 50 anos da Embrapa. Dentre as ações projetadas estão alianças estratégicas entre empresas e organizações, mapeamento da produção, definição de regiões prioritárias potenciais, viabilização de recursos entre os parceiros canalizados para um fundo de gestão e estratégias de comunicação e marketing (expedições e caravanas técnicas, canais em mídias sociais, etc.).
Para o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Frederico Ozanan Machado Durães, os avanços tecnológicos e bom momento da cultura no Pais, reforçam ainda mais o movimento: “O sorgo é um alimento energético rico, funcional e estratégico para o Brasil. Seu cultivo está em plena evolução no território brasileiro. É altamente responsivo na perspectiva do binômio inovação e mercado e na governança de uma moderna matriz de insumos e produtos".
Toda esta mobilização tem com o objetivo final potencializar a produção e a disponibilidade de alimentos em diversas cadeias produtivas. Neste aspecto, o sorgo é compreendido não como uma cultura individual, mas como um agente coletivo para a segurança alimentar.
O movimento, portanto, não prevê o estímulo do seu uso em detrimento de demais cultivos. Ao contrário, prevê que o sorgo funcione como elemento agregador de valor e de impulsão de produtividade em diversos modelos agropecuários adotados nas propriedades rurais, sobretudo no âmbito tropical, bastante afetado nos últimos anos por episódios climáticos.