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Você sabe o que fazer? Acidente com elevador acende alerta para cuidados em MS
Elevador com 11 pessoas despencou em Alagoas por excesso de peso; capacidade máxima era de oito
26/03/2023 12h11
Por: Tribuna Popular Fonte: Midiamax
- Elevadores possuem dispositivos de segurança que asseguram integridade dos passageiros. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

A queda de um elevador em Maceió (AL), no último domingo (19), acendeu o alerta para os cuidados que usuários e responsáveis de prédios precisam ter para garantir a segurança nesses equipamentos. Para quem vive em Mato Grosso do Sul, o acidente acendeu alerta sobre o que fazer em uma situação de emergência.

O elevador no caso de Alagoas com 11 pessoas deslizou do térreo para o subsolo porque a capacidade máxima de oito pessoas não foi respeitada. Três passageiros ficaram feridos sem gravidade. 

De acordo com Naiguel Peixoto, gestor da filial de Mato Grosso do Sul da TK Elevador, são considerados dois fatores para a carga máxima do elevador: indicativo de capacidade e peso. 

 

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) estabelece atualmente 75 quilos como peso médio por pessoa, ou seja, um elevador para oito pessoas suporta 600 quilos. Antigamente, o peso médio era de 70 quilos.

“Porém, às vezes você precisa considerar que com seis pessoas você já está excedendo o peso máximo do equipamento”, pondera Naiguel Peixoto, que tem mais de 15 anos de experiência na área. 

A TKE é a empresa responsável pelo elevador que caiu em Alagoas devido ao excesso de peso. 

 

Além disso, a ABNT estabelece que a manutenção de elevadores deve ser feita mensalmente por um técnico especializado. Ao longo do ano, o profissional irá checar os milhares de itens que compõem o equipamento, de acordo com a ficha do plano de manutenção anual.

Alguns dos 30 mil componentes são verificados trimestralmente, outros semestralmente ou de forma anual. 

Elevadores contam com botão de emergência, geralmente indicados por uma sirene. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Após a manutenção pelo técnico, é entregue ao responsável do prédio a ART anual (Assinatura de Responsabilidade Técnica) assinada por um engenheiro técnico responsável pela manutenção. Também é dada a Ficha de Manutenção Preventiva (OS de manutenção - Ordem de Serviço) que aponta os componentes que foram verificados. 

 

“Algumas empresas preveem em contrato a vida útil do elevador que entre 15 e 20 anos precisam passar por uma modernização parcial porque alguns componentes, como os eletrônicos, passam por uma atualização tecnológica”, explica o especialista.

Elevadores são seguros

Os elevadores funcionam com um sistema de redundância. Isso significa que todo equipamento que trata de segurança tem um back up, ou seja, outro item de segurança que faz monitoramento, caso aconteça alguma anomalia, para garantir a integridade e segurança das pessoas. 

O elevador possui o freio mecânico que é monitorado pelo freio elétrico, por exemplo. A porta com trava eletrônica é verificada pela confirmação eletrônica.

Além disso, Naiguel conta que há alguns mitos sobre elevadores como falta de ar ou falsa sensação que o equipamento não está funcionando corretamente. 

Naiguel Peixoto. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

“O pessoal usa esse termo que caiu ou despencou porque a pessoa tá esperando que o elevador vai reduzir a velocidade e, por atuação de algum item de segurança, ele para de forma brusca ou desliza por causa do acionamento do freio de segurança. A pessoa que está dentro tem aquela sensação ruim porque foi uma anomalia, mas ele acionou o sistema de segurança para garantir a integridade das pessoas, como no caso de Alagoas em que a mola para-choque no fundo do poço amorteceu o impacto”, ele esclarece. 

De acordo com estimativas do profissional, Campo Grande tem cerca de 20 mil elevadores e os problemas mais comuns são com a porta e a oscilação de energia elétrica. 

“O elevador é trifásico e precisa sempre ter as três funcionando. Quando falta luz, se não tem gerador no prédio, vai deixar a pessoa presa se alguém estiver usando o equipamento”, exemplifica. 

O que fazer quando ficar preso no elevador?

Em caso de ficar preso no elevador, a primeira orientação é tentar manter a calma. A pessoa em seguida deve acionar o botão de alarme, que geralmente é indicado por uma sirene. 

Equipamentos recentes possuem botão de interfone. É preciso verificar se essa função está no mesmo botão de alarme e tentar se comunicar com alguém.

Por fim, os elevadores possuem uma etiqueta com o telefone de emergência da empresa responsável pela manutenção. Qualquer pessoa pode solicitar o resgate. 

Uso-correto-elevador-TKEBaixar

Quem realiza a manutenção do elevador?

A manutenção periódica do elevador é feita por um técnico especializado pela empresa. No Brasil não existem cursos específicos na área e cada organização realiza a capacitação com a tecnologia própria de manutenção do equipamento. 

São contratadas, geralmente, pessoas com experiência na função ou que tenham conhecimentos em eletrotécnica, eletrônica ou mecânica.

Como funciona a instalação de um elevador?

Os critérios para a instalação do elevador são regidas pela Norma Mercosul 207 de 1999, enquanto as especificidades do equipamento são estabelecidas pela ABNT pelo cálculo de tráfego de elevadores. 

O cálculo de tráfego de elevadores orienta sobre a capacidade da cabine, número de equipamentos e velocidades que serão instalados. 

Norma antiga estabelecia 70 kg como média de peso por passageiro. Foto: (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

A partir das informações repassadas pelo engenheiro ou arquiteto responsável pela obra, como número de salas e finalidade do prédio, é tudo colocado em um sistema que está em consonância com a norma da ABNT NBR 5665. 

“Na realidade você consegue fazer uma troca de, ao invés colocar um elevador com uma capacidade maior de passageiros, se eu aumentar a velocidade eu também consigo atender a norma porque ele estipula um tempo máximo que a pessoa pode esperar o elevador, tem formas de compensar o cálculo de tráfego”, diz o especialista.