Com a necessidade de remarcar para a próxima semana a viagem à China, após ter apresentado quadro leve de pneumonia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou para maio a primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.
A ideia inicial era de que a reunião com o grupo, que tem integrantes de diferentes segmentos da sociedade, ocorresse em 13 de abril. No dia, no entanto, Lula terá reunião bilateral com o presidente chinês Xi Jinping, em Pequim. O presidente deve embarcar para a China em 11 de abril.
Com a agenda no exterior, a primeira reunião do Conselhão ficará para 4 de maio. Ao todo, o colegiado federal será formado por 200 integrantes da sociedade civil, incluindo segmentos econômicos que apoiaram a gestão de Jair Bolsonaro.
A ideia, como explicou o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), é romper cercadinhos e dialogar com o máximo de setores possíveis. A CNN teve acesso à lista de convidados, que inclui, por exemplo, representantes do mercado financeiro e do segmento agropecuário.
Na relação, há, por exemplo, representantes de entidades como Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), além de empresas como Nubank, Itaú, BRF, Coteminas, Cosan, BTG, Magazine Luiza, Microsoft, Uber e Huawei.
Na lista de convidados, mais de 40% são mulheres, em um esforço para contemplar a pauta feminina, apesar de não ter atingido a paridade. A relação também inclui as diferentes regiões do país.
Além de representantes de segmentos da economia, o governo federal também convidou integrantes do Grupo Prerrogativas, conhecido pela posição contrária à Operação Lava Jato, líderes sindicais, ambientalistas, artistas e trabalhadores de aplicativos de entrega.
No primeiro mandato de Lula, o colegiado federal era composto de 96 participantes, a maior parte de empresários e sindicalistas.
O Conselhão chegou a funcionar na gestão de Michel Temer (MDB), após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), mas foi extinto no início do governo Jair Bolsonaro (PL). A queixa é de que o colegiado representava custo alto na compra de passagens aéreas.