O novo técnico do Corinthians, Vanderlei Luxemburgo, assim como Cuca, que deixou o cargo após repercussão sobre condenação de abuso sexual, também enfrentou uma acusação do gênero. Ele foi absolvido pela Justiça no caso, que aconteceu em 1996.
Na época, ele contratou uma manicure para atendê-lo em um hotel e lá teria feito investidas contra a mulher sem o consentimento dela.
Em entrevista exclusiva à CNN, a ex-manicure Cláudia Laudineide Machado Cavalcante, que hoje tem 60 anos, relatou o que aconteceu naquela tarde de maio, quando o então técnico do Palmeiras estava na cidade de Campinas (SP) nos preparativos para mais uma partida de futebol e atacou a mulher, segundo relatado.
“É difícil falar sobre isso. Já no primeiro momento [ele tentou avançar] bateu a porta e o resto não dá para falar… Teve tudo. Só não teve penetração. E [eu] contra a parede”, descreve.
A mulher relatou que foi contratada para fazer as unhas de Luxemburgo e que foi até o quarto dele.
Ela explicou que era comum esse tipo de atendimento, uma vez que o salão no qual ela trabalhava mantinha vínculo com o hotel e quando alguém que se hospedava lá e precisava de cabeleireiro ou manicure, era ela quem atendia os clientes.
Cláudia conta que foi recebida por Luxemburgo com apenas uma toalha de banho enrolada no corpo e que após as investidas do treinador chegou a gritar muito.
Os dois seguranças que estavam na porta só a deixaram sair devido à resistência dela. Entretanto, relata que, ao deixar o quarto, ninguém acreditou na história que narrava.
Perguntada se o técnico encostou nela, emocionada, a mulher não consegue descrever detalhes. “Nossa senhora… e como. Tinham dois seguranças na porta e eu não pude sair. Chamei, chamei e gritei muito. Só assim me deixaram sair”, narra.
Depois de denunciar os atos atribuídos a Luxemburgo, Cláudia contou que enfrentou uma batalha contra “um gigante”.
“Ele tinha quatro advogados grandes e graúdos. E eu estava com um, me desculpe, que não fez nada por mim”, explica.
À época, a Justiça chegou a aceitar a denúncia do caso, mas Luxemburgo foi absolvido em duas instâncias dois anos mais tarde.
A mulher que hoje vive no interior de São Paulo, a mais de 300 quilômetros de Campinas, conta que precisou deixar a cidade devido a perseguição que sofreu em consequência à denúncia feita.
“Os torcedores queriam me linchar. Porque você sabe… Ele estava no auge e eu tive que sumir de Campinas”, explica.
Cláudia também diz que perdeu o emprego na época do ocorrido e que hoje vive em depressão à base de remédios fortes devido ao que aconteceu naquela tarde. Ela relata também que algumas pessoas que poderiam corroborar a história dela teriam sido corrompidas por Luxemburgo.
“Ele comprou todo mundo, ele tinha uma mala de dinheiro. Ele comprou todo mundo. Ele comprou a recepcionista, um motorista de táxi que me trouxe embora. Foi isso o que aconteceu”, justifica.
Hoje, vivendo com um companheiro em uma situação de vida difícil, Claudia conta que nunca mais conseguiu trabalhar e finaliza: “Eu estou nessa situação por causa dele.”
A CNN procurou Vanderlei Luxemburgo e o Corinthians para comentar o caso e até o momento da publicação da reportagem não havia recebido respostas. O espaço segue aberto.