A Arquidiocese de Campo Grande emitiu um comunicado para todas as paróquias do município pedindo ajuda financeira para quitar uma dívida milionária junto ao banco. Até esta segunda-feira (29), cada paróquia teria que depositar 31,45% do que tem em caixa para a Cúria.
A dívida estimada em R$ 3,5 milhões, decorre de um empréstimo bancário contraído pela arquidiocese para a construção de uma usina fotovoltaica, que supriria a demanda por energia de 300 unidades consumidoras ligadas à igreja. Porém, a empresa não teria cumprido com o contrato.
O Jornal Midiamax mostrou, em setembro de 2022, que a arquidiocese suspeitava de um golpe da empresa ANL Energia Limpa. Na época a empresa se comprometeu a assumir a dívida, de 48 parcelas mensais de R$ 102.487,75.
Porém, no comunicado assinado recentemente pelo arcebispo metropolitano Dom Dimas Lara Barbosa, a dívida da arquidiocese continua, bem como a "batalha judicial" para tentar reverter o prejuízo.
O documento ainda informa que o Conselho Presbiterial decidiu rifar um apartamento de um empreendimento iniciado no Monte Castelo, avaliado em R$ 160 mil. A ideia da igreja é realizar um show de prêmios, com bilhete vendido a R$ 25.
A paróquia afirma que o que for arrecadado nesse show de prêmios deve ficar para a própria paróquia. Além disso, o depósito que deve ser feito para contribuir com a dívida, não exclui a contribuição mensal.
"Com a graça de Deus, todas as paróquias formam um único corpo, que é a Arquidiocese, de modo que se uma sofre, todas as outras sofrem. Nesses momentos difíceis, só a união de todos tornará possível nossa saída da crise que ora se instalou".
Administrador da Diocese, o Padre Vagner destaca que o valor total da dívida passa de R$ 4,9 milhões e que o rateio entre as paróquias é a alternativa que estava ao alcance da arquidiocese para solucionar a situação da dívida.]
O valor da dívida é superior ao emprestado devido a taxa de juros acrescida, e a quitação do montante seria justamente para evitar o pagamento de mais juros. Enquanto isso, o processo judicial contra a empresa continua.
O padre esclarece que em 29 de setembro de 2022, a empresa ANL Energia Limpa assinou um acordo judicial com a arquidiocese, onde se comprometia a construir a usina fotovoltaica em 180 dias e quitar o total do empréstimo em 220 dias. Porém, nenhum dos acordos foi cumprido.