A pesquisa Alfabetiza Brasil, elaborada pelo Ministério da Educação (MEC), constatou que, das 27 unidades da federação, apenas Santa Catarina alcançou o nível mínimo de alfabetização do 2º ano do fundamental estabelecido pelo governo no final de maio.
A média do estado da região Sul foi de 751,74, menos de 9 pontos acima da média determinada de 743 no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O segundo lugar pertence ao Distrito Federal, com 738,09 pontos.
O Alfabetiza Brasil estabeleceu os parâmetros necessários para considerar uma criança como alfabetizada a partir de consultas feitas com professores da educação básica de todo o país. São eles:
Um levantamento do MEC aponta que 56,4% das crianças terminaram o 2º ano do ensino fundamental em 2021 não alfabetizadas. A quantidade é maior do que no ano anterior, quando 39,7% dos estudantes concluíram o período sem condições básicas de leitura e escrita.
Para Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo do Todos Pela Educação, uma clareza maior na classificação de alfabetização é importante por garantir ações mais precisas e consistentes em todas as esferas. “O que o novo anúncio mostra para quem não sabia é que o Brasil tem diante de si uma tenebrosa fotografia no que diz respeito à alfabetização das crianças, quadro esse fortemente agravado pela pandemia [da Covid-19]”, afirma.
Para o especialista, a atual situação da alfabetização brasileira é um “cenário de calamidade pública”. Ele acredita que tal panorama exige envolvimento direto do presidente Lula e demonstração clara de que o Governo irá tomar providências.
Nesta segunda-feira, 12, o governo lançou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que tem como objetivo garantir que todas as crianças estejam totalmente alfabetizadas ao fim do 2º ano do ensino fundamental. “Estamos dando fim ao descaso e às disputas menores para nos concentrarmos no que realmente importa: as nossas crianças que precisam, mais do que nunca, de adultos que lhes deem as mãos e a garantida proteção”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o evento no Palácio do Planalto.
Santa Catarina teve a maior pontuação do 2º ano do fundamental no Saeb com 751,74 pontos. O Distrito Federal está em segundo lugar, com 738,09. A terceira posição é do estado de São Paulo, com 735,72, seguido pelo Ceará, estado do ministro da Educação, com 734,04 pontos. Tocantins, Acre e Amapá tiveram as piores notas entre os Estados.
Classificando por região do Brasil, o Norte teve a nota mais baixa, com uma média de 705,24 pontos. O Sul do país teve a maior nota, alcançando 735,48, mas vale notar que essa nota ainda está abaixo do mínimo estabelecido pelo MEC para alfabetização dessa idade.
1º – Santa Catarina – 751,74
2º – DF – 738,09
3º – São Paulo – 735,72
4º – Ceará – 734,04
5º – Espírito Santo – 733,04
6º – Paraná – 730,65
7º – Goiás – 729,43
8º – Minas Gerais – 726,61
9º – Paraíba – 725,63
10º – Rio de Janeiro – 724,57
11º – Rio Grande do Sul – 724,04
12º – Mato Grosso do Sul – 722,31
13º – Piauí – 720,86
14º – Pernambuco – 719,84
15º – Pará – 718,17
16º – Bahia – 714,97
17º – Alagoas – 713,57
18º – Amazonas – 713,45
19º – Rio Grande do Norte – 710,56
20º – Rondônia – 709,79
21º – Maranhão – 708,93
22º – Mato Grosso – 706,84
23º – Roraima – 706,65
24º – Sergipe – 704,35
25º – Tocantins – 698,95
26 – Acre – 695,32
27º – Amapá – 694,34
O Sistema de Avaliação da Educação Básica é um conjunto de avaliações externas em larga escala que reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelos estudantes avaliados, permitindo um diagnóstico da educação básica brasileira.
A pesquisa é realizada a cada dois anos. Participam alunos do 2º, 5º, 9º ano e dos três anos do Ensino Médio.
O resultado do Saeb é um indicativo da qualidade do ensino brasileiro, e a diminuição da média, comparada com a edição anterior, é um recorte do efeito da pandemia na educação. Em 2021, foram avaliadas 72 mil escolas públicas e privadas brasileiras, com aproximadamente 5,3 milhões de estudantes.