A Polícia Federal iniciou nesta quinta-feira (22) uma operação contra a atuação de uma organização criminosa dedicada à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro extraído de reservas indígenas e unidades de conservação federais. A PF também investiga a lavagem de dinheiro e ativos de origem ilícita do grupo.
Nesta etapa, são cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP), Goiânia (GO) e em cinco municípios do Pará.
A polícia investiga a hipótese de que o ouro extraído ilegalmente de reservas indígenas e unidades de conservação vinha sendo “esquentado”, mediante documentos falsos, nos quais o grupo declarava origem diversa da real, como se o metal tivesse sido extraído de área autorizada.
O ouro extraído ilegalmente no Pará, em grandes garimpos do grupo criminoso na divisa com a Terra Indígena Kayapó, em Bannach (PA), por exemplo, vinha sendo exportado para empresas dos Estados Unidos, Emirados Árabes e Itália, segundo a PF.
Entre os principais suspeitos e indiciados, a PF identificou garimpeiros ilegais, compradores de ouro, “laranjas” e indivíduos que assumiram empresas do grupo ou receberam recursos milionários.
A PF não cumpriu mandados de prisão nesta fase da operação. Os investigadores reúnem elementos para o inquérito policial e posterior indiciamento.
Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes contra a ordem econômica – usurpação; pesquisa/lavra/extração de recursos minerais sem autorização/permissão/concessão ou licença; lavagem de bens, dinheiro e ativos; falsidade ideológica e pertencimento a organização criminosa, cujas penas somadas, podem chegar a 29 anos de reclusão.